Os ex-ditadores argentinos Jorge Rafael Videla e Reinaldo Bignone, com outros ex-membros das forças armadas argentinas, ouvirão hoje a decisão sobre a suposta participação no roubo de 34 bebês filhos de mulheres presas durante o mais recente e mais violento regime militar, de 1976 a 1983. Será a conclusão de um processo iniciado em fevereiro de 2011, considerado histórico pelos movimentos de direitos humanos. Os bebês foram tirados de suas mães biológicas, todas elas militantes políticas detidas pelos repressores e depois mortas ou desaparecidas, e adotados por outras famílias.
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É a primeira vez que autoridades da ditadura e seus subalternos são julgados por executar um plano sistemático de apropriação de menores, parte de uma estratégia mais ampla de repressão ilegal contra a chamada subversão da década de 1970.
De acordo com organismos de direitos humanos, houve 30 mil mortos e desaparecidos na Argentina durante a “guerra fria”. Os registros oficiais dão conta de 13 mil casos – entre eles, muitas mulheres grávidas que deram à luz na prisão.
Em geral, os bebês eram entregues a militares ou pessoas próximas, que colocavam neles os seus sobrenomes e modificavam as datas de nascimento como forma de evitar o reconhecimento das crianças.
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