O governo de Cristina Kirchner vai anunciar nesta quarta-feira novas mudanças nos impostos aplicados sobre as exportações de biodiesel, chamados de retenções.

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Os empresários do setor foram convocados para uma reunião com o governo, nesta tarde, na Casa Rosada, onde a expectativa é de que seja adotado um sistema de retenções variáveis para o produto. O setor ainda não sabe como será o novo sistema, mas há informações de que as retenções poderiam variar entre 17% a 24%, com revisões quinzenais.

O esquema deve amortecer os efeitos provocados por medida anterior, que aumentou a alíquota de 20% para 32%, anunciada há um mês pelo ministro de Economia, Hernán Lorenzino, e o secretário de Política Econômica, Axel Kicillof. A elevação da tarifa desatou uma forte reação no setor, que já havia sido severamente golpeado por represálias do governo espanhol.

Em abril, a Espanha restringiu a importação do produto, logo após o anúncio de estatização de 51% da petrolífera argentina YPF, parcela que era controlada pelo grupo Repsol, sem indenização. O mercado espanhol absorvia mais da metade das exportações argentinas de biodiesel. Há algumas semanas, outro golpe estremeceu o setor: a Comissão Europeia abriu investigação de dumping do biodiesel argentino.

O incremento do valor das retenções representaria uma arrecadação adicional de US$ 100 milhões ao Fisco, em 2012. Porém, as vendas ficaram praticamente paralisadas, segundo a Câmara Argentina de Biocombustíveis (Carbio).

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