O Fundo Monetário Internacional (FMI) concordou em ampliar em 7,1 bilhões de dólares o crédito de 50 bilhões que foi acordado em junho para estabilizar a economia da Argentina, anunciou o ministro de Finanças argentino, Nicolás Dujovne.

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O acordo “permitirá que nosso país deixe para trás o caminho turbulento dos últimos meses”, disse Dujovne durante uma coletiva de imprensa com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.

Lagarde disse que o objetivo é ajudar a nação a “enfrentar seus desafios” e apoiar as populações mais vulneráveis.

A Argentina acordou originalmente um empréstimo de 50 bilhões de dólares em junho, quando uma parcela inicial de 15 bilhões foi repassada.

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No entanto, no mês passado, o presidente Mauricio Macri revelou que pediu um adiantamento do desembolso dos 35 bilhões restantes, com outros 3 bilhões até novembro e o restante nos próximos três anos.

O novo acordo “antecipa o financiamento do FMI”, disse o Fundo em comunicado.

O anúncio do acordo acontece um dia depois de a Argentina ter mudado o presidente do seu Banco Central.

Alguns analistas acreditam que Luis Caputo estava em desacordo com o FMI sobre a estratégia monetária da Argentina, o que levou à sua substituição por Guido Sandleris.

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Lagarde disse que “a inflação persistentemente alta continua erodindo a base da prosperidade econômica na Argentina” e, para enfrentá-la, as “autoridades do país mudarão para um regime de política monetária mais forte, mais simples e verificável”.

Ela disse que a Argentina “conterá a oferta de dinheiro e manterá as taxas de juros de curto prazo em seu nível” atual de 60%, com o objetivo de reduzir rapidamente a inflação, que deverá atingir 40% até o fim do ano.

Os problemas econômicos da Argentina foram provocados por uma rápida perda de confiança em sua moeda desde abril.

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O peso perdeu cerca de 50% de seu valor em relação ao dólar desde o início do ano, incluindo 20% em um período de dois dias em agosto, depois que Macri anunciou que estava tentando renegociar o empréstimo do FMI.

Desde então, ele introduziu medidas de austeridade muito impopulares, inclusive a redução pela metade do número de ministérios e a restauração de impostos sobre as exportações de grãos.

O peso se estabilizou desde a queda de agosto, embora tenha recuado 2,2% na terça-feira após a renúncia de Caputo.

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* AFP