Onze meses depois, ele está de volta com suas frases de impacto. Pela terceira vez no comando do Alvinegro, o técnico Argel Fucks foi apresentando no começo da tarde desta terça-feira no estádio Orlando Scarpelli. E o trabalho começa em seguida. Garantindo ter voltado “muito melhor” do que quando saiu, ele já comanda um coletivo às 15h30min.

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Figueira confirma acerto com Argel, que volta ao clube 11 meses depois de sair

“Convite do Figueirense é convocação”, diz Argel Fucks

Também estará na casamata nesta quarta-feira, às 19h30min, para o primeiro desafio: enfrentar a Ponte Preta, em casa, pela terceira fase da Copa do Brasil. Disse que o trabalho precisa ser imediato e que prefere estar ao lado dos jogadores a ficar “no camarote ao lado do presidente”. Leia abaixo os principais trechos da entrevista coletiva:

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O RETORNO

É uma alegria muito grande. Estou muito feliz de voltar a esse clube. Não podia negar esse convite. Um convite do Figueira é uma convocação. Eu queria descansar uns 15 dias, parar um pouco. Porém o presidente me ligou na segunda-feira, às 11 horas, e me fez essa convocação. Temos um relacionamento muito forte, que vem bem antes do futebol. Só estou voltando porque é o Figueira, por morar na cidade. Se fosse qualquer outro, eu daria uma parada. Voltamos em um momento muito importante dentro da competição. É um momento em que precisamos agregar todo mundo. Eu não podia dizer não, principalmente para o presidente, para a instituição. É uma forma de agradecimento pelo presidente ter me liberado nos 11 meses que eu fiquei à frente do Internacional.

Argel foi apresentado pela terceira vez no Orlando Scarpelli, ao lado do presidente Wilfredo Brillinguer
Argel foi apresentado pela terceira vez no Orlando Scarpelli, ao lado do presidente Wilfredo Brillinguer (Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS)

ELENCO

Ninguém desaprende a jogar futebol. Lembro dos jogos que essa equipe fez contra São Paulo, Flamengo, Internacional, Santos. Esse grupo tem qualidade e sabe se comportar, sabe a maneira que eu gosto. Contra o Inter, deu para ver aquele legado que a gente deixou. Teve vibração, transpiração. Foi aquele Figueira competitivo. Não podemos estar dentro da zona de rebaixamento. Há um equilíbrio muito grande. Você perde dois ou três jogos e cai lá para baixo. Mas vamos focar nesse jogo de quarta-feira. É uma competição diferente, um adversário de qualidade. Amanhã (quarta-feira), o time já precisa ter uma atitude diferente, com cada um na sua função dentro do campo. Depois, no dia a dia, você vai implementando a sua metodologia de trabalho.

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DIFERENÇAS NA VOLTA AO FIGUEIRA

Volto muito melhor do que saí, tanto como pessoa quanto em relação ao conhecimento de futebol. Nada resiste ao trabalho. Fui hexacampeão gaúcho e campeão da Recopa Gaúcha. Saí campeão e voltei campeão. Isso num clube do tamanho e da grandeza do Internacional. Teve relacionamento e teve resultado. Nos últimos quatro jogos perdemos. Mas isso acontece em qualquer clube e com qualquer pessoa. A gente sabe que o futebol vive de resultado. Voltamos conhecendo muito bem a competição (Série A).

IMPORTÂNCIA DA TORCIDA

A gente precisa trazer o torcedor de casa. É um torcedor que joga junto e faz a diferença. Fomos campeões juntos e ganhamos grandes batalhas. Precisamos que o torcedor possa dar um voto de confiança a esse elenco. É só puxar o filme de 2014. Estávamos na lanterna e o torcedor teve um papel fundamental, abraçou o time. Foi fundamental a participação. E, pelo que eu conheço, a torcida vai abraçar esse time e vai jogar junto.

(Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS)

ESTRUTURA DE TRABALHO

Só voltamos eu e meu auxiliar. Vamos agregar todo mundo. Cada um dentro do seu quadrado.

IMPORTÂNCIA DE RAFAEL MOURA

O Rafael Moura é diferenciado. Aliás, ele foi uma indicação minha. Eu convenci o Rafael de vir jogar no Figueira, disse que para ele seria importante. Ele mesmo sempre jogou bem contra o Figueira. Comigo, vai continuar a ser o capitão do time. No Internacional, ele teve oportunidade comigo, mas não tanto quanto deveria. Mas depois ele se machucou e fez falta pra mim. É um jogador que sabe fazer gol e a gente precisava daquela característica. Teve uma lesão grave que atrapalhou o seguimento dele no clube. Depois fizemos uma reformulação do time. Mas o Rafael tem uma história bonita no Internacional. Mas tudo na vida passa. Veio, chegou no Figueira e está fazendo um bom campeonato. Tenho total confiança nesse jogador e sei que ele vai render ainda mais.

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POUCO TEMPO DE DESCANSO E PLANEJAMENTO DE CARREIRA

O futebol não tem tempo. Ele tem pressa. Venho fazendo o meu planejamento de carreira. São oito anos e 16 clubes. Três títulos e alguns salvamentos de time (do rebaixamento). Mas a gente sabe que planejamento passa em cima do resultado. Aqui eu fiz uma coisa que eu até relutava, que era ficar bastante tempo no clube, ser um treinador no longo prazo. Fiquei um ano e 3 meses. Teve trabalho, relacionamento e resultado. Isso é com qualquer treinador. Foi uma honra muito grande ter passado pelo Internacional, ter crescido, ganhado a Recopa Gaúcha e o hexa. O planejamento passa por isso também. Se antes eu fiquei um ano e três meses, o pensamento agora é ficar dois anos no Figueira. Mas precisa ter esses três elementos que eu falei (trabalho, relacionamento e resultado).

CARLOS ALBERTO

Fomos nós que trouxemos o Carlos Alberto. Vamos ter uma conversa com ele, sempre internamente. É dessa forma que a gente trabalha. A gente sabe da importância do jogador e ele deu retorno. Precisamos do Carlos Alberto e tenho certeza que nas próximas partidas ele vai estar à disposição.

REFORÇOS

Vamos trabalhar internamente. Existe a possibilidade de trazer duas ou três peças, pois temos essas carências. Mas não pode falar o nome do jogador, que ele se valoriza cinco vezes. A gente sabe como funciona.

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FORÇA TOTAL CONTRA PONTE PRETA

Estamos pensando exclusivamente nesse jogo da Ponte, onde é importantíssimo fazer gol e não sofrer em casa. Por isso, a gente vai colocar o que tem de melhor no momento. Precisamos de uma atitude diferente, de um comprometimento ainda maior. Essa equipe já foi muito competitiva e agora, mais do que nunca, precisamos voltar a isso.

(Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS)