Criada no gospel, formada pelo rhythm and blues e fluente em jazz e pop, Aretha Franklin passou a ser conhecida como a “Rainha do Soul” por suas sete décadas de performances eletrizantes.
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Da igreja de seu pai aos principais palcos dos Estados Unidos, Franklin cantou para os paroquianos e presidentes, e deixou sua marca nos fãs de música de todo o mundo.
Talvez mais conhecida pelo poder vocal por trás de sua fachada feminista em “Respect”, de Otis Redding, Franklin foi uma inspiração para várias gerações de divas do pop.
Sua voz de clara sonoridade e suas quatro oitavas abriram caminho para estrelas de diversos estilos como Mariah Carey e Whitney Houston – cuja mãe, Cissy Houston, era backing vocal de Franklin -, assim como para Alicia Keys, Beyoncé, Mary J. Blige e Amy Winehouse.
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– Raízes gospel –
Nascida em Memphis, no Tennessee, em 25 de março de 1942, filha de C.L. Franklin, um proeminente pregador batista, e Barbara Siggers Franklin, Aretha Louise Franklin cresceu cantando o evangelho na Igreja Batista Nova Bethel de seu pai, em Detroit.
Seu primeiro álbum – “Spirituals” – foi gravado em 1956, quando ela tinha apenas 14 anos.
Assinou com a gravadora Columbia Records em 1960, quando lançou “The Great Aretha Franklin”.
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Um de seus vários sucessos de R&B entrou para os top 40 da Billboard em 1961, “Rock-A-Bye Your Baby (With A Dixie Melody)”.
– Hino –
Mas a sua carreira realmente deslanchou quando ela assinou com a Atlantic Records em 1966 e iniciou uma colaboração com o lendário produtor Jerry Wexler, o que resultou em 14 álbuns juntos.
O álbum “Respect” conquistou o primeiro lugar nas paradas musicais em 1967, e acabou sendo adotado como hino dos direitos civis e dos movimentos de igualdade das mulheres.
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Com “Queen of Soul”, conquistou o primeiro de seus 18 prêmios Grammy e entrou para a relação da Rolling Stone como a número cinco das Maiores Músicas de Todos os Tempos.
Em uma vertiginosa série de sucessos vieram “Chain of Fools” e a sensual balada “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman”.
“Se uma música é sobre algo que eu experimentei ou que poderia ter acontecido comigo, é bom. Mas se é estranha para mim, eu não poderia emprestar nada a ela”, declarou à revista Time em uma reportagem de capa de 1968.
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– Revival –
Em meados da década de 1970, seu estilo se perdeu na explosão do ‘disco music’, mas na década de 1980 houve um ressurgimento do interesse pelo “R&B”, garantindo a ela participações especiais como no filme “Os Irmãos Cara de Pau”, no qual cantou “Think.”
Sua vida pessoal, no entanto, não era boa.
Ainda adolescente e solteira, Franklin deu à luz um filho aos 13 anos e outro dois anos depois. Teve mais dois filhos, e se casou e se divorciou duas vezes. Batalhou a vida toda com seu problema de peso e com o alcoolismo.
Seu pai foi baleado em um assalto em 1979 e passou cinco anos em coma para depois morrer aos 69 anos, em 1984.
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– Realeza –
Mas nada ofuscou sua realeza musical. Em 1968, cantou no funeral do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr.
Ela também cantou, em 2011, no memorial dedicado a King em Washington, fazendo a multidão ficar extasiada com sua interpretação do hino gospel “Precious Lord.”
Se apresentou na cerimônia de posse de três presidentes: Jimmy Carter, Bill Clinton e Barack Obama, o primeiro chefe de Estado negro do país.
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E em 2015 cantou “Amazing Grace” quando o papa Francisco visitou a Filadélfia.
Em 1987, Franklin se tornou a primeira mulher a entrar para o Hall da Fama do Rock and Roll.
“Ela assumiu muitos papéis – a devota cantora gospel, a sensual sereia do R&B, o fenômeno pop, Lady Soul – e dominou todos eles”, afirma a sua biografia no Hall da Fama.
Franklin alcançou o topo do sucesso pop em 1987 com “I Knew You Were Waiting (for Me)”, cantada em dueto com George Michael.
Ela foi homenageada pelo Centro Kennedy em 1994 e 2005, e recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior distinção civil americana.
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– Aposentadoria –
Franklin continuou a cantar ao longo dos anos 2000. Lançou um álbum de duetos com Houston, Carey e Blige em 2007 e recebeu Adele, Barbara Streisand e Sinead O’Connor em seu álbum de 2014, “Aretha Franklin Sings the Great Diva Classics.”
Em setembro de 2017, anunciou a sua aposentadoria, mas em novembro de 2017, ainda cantou no aniversário de gala da Fundação Elton John para a Aids, onde parecia muito frágil.
Apesar dos planos de continuar cantando, sua doença forçou-a a cancelar, em 25 de março, o show para marcar seus aniversário de 76 anos.
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Ao anunciar sua aposentadoria, disse que era muito abençoada.
“Eu me sinto muito, muito enriquecida e satisfeita com relação a de onde minha carreira veio e onde está agora”, declarou na ocasião.
* AFP