A capital paranaense terá a primeira cobertura retrátil brasileira – painéis móveis correndo sobre trilhos, que podem ser abertos ou fechados em aproximadamente 15 minutos, com acionamento inclusive durante a realização dos jogos, numa solução para que o espaço se adapte a qualquer tipo de condição climática.

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– A tecnologia é muito simples, praticamente a mesma utilizada para pontes rolantes industriais. O investimento é muito baixo, mas, como não fez parte do projeto do estádio para a Copa, ainda não temos os valores definitivos – explicou o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia.

A inovação foi acrescida ao projeto no ano passado. De acordo com o dirigente, a opção pela nova tecnologia foi feita por conta da intenção de utilizar o espaço para multieventos, com a realização de shows e apresentações em dias sem jogos. Durante o Mundial, caberá à Fifa a opção de utilizar ou não o gramado coberto.

– A opção foi em razão do clima da nossa cidade e por sugestão da nossa parceira operadora da arena, a AEG – disse Petraglia.

Além da Arena da Baixada, a empresa norte-americana é responsável pela gestão do novo estádio do Palmeiras e de outras 100 arenas em todo o mundo, como o Staples Center (casa dos Lakers, Clippers, Sparks e Kings) e o Home Depot Center (casa do Galaxy e Chivas USA), na Califórnia, a AmericanAirlines Arena (ginásio do Miami Heat), em Miami, e a O2 Arena (sede da ATP World Tour Finals), em Londres.

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Na semana passada, as primeiras peças da estrutura metálica de cobertura da Arena começaram a ser instaladas. São duas vigas principais, com 196 metros de vão livre, apoiadas sobre quatro pilares localizados atrás das arquibancadas para evitar pontos cegos de visibilidade. Nessa estrutura, serão instalados os pontos de sustentabilidade da Arena, com vigas secundárias compostas por calhas para o recolhimento de águas pluviais e as telhas de policarbonato com cobertura translúcida e com células fotovoltaicas, capazes de transformar a energia solar em elétrica. As estruturas galvanizadas com vidros fotovoltaicos são destinadas a captar energia solar para ser processada em uma subestação própria – a ideia é que o estádio produza sua própria energia.

Pelo cronograma do Atlético, a previsão é que toda essa instalação seja totalmente finalizada em outubro deste ano – no início de dezembro está prevista a conclusão de todas as obras na Arena.

Apesar de o clube não revelar os custos da cobertura, a Fomento Paraná, autarquia estadual que intermedeia o financiamento do BNDES para as obras, aponta a cobertura retrátil como a principal responsável para o acréscimo de 13,2% no orçamento de conclusão do estádio, que passou de R$ 184 milhões para R$ 209 milhões. O clube nega, apontando para a necessidade de atualização nos preços e custos de materiais e projetos executivos tal incremento no valor.