*Por Anderson Rodrigo
A Arena Condá, no Oeste de Santa Catarina, estará aberta nesta quarta-feira (29), das 9h às 22h, para que os torcedores prestem homenagens e realize as suas orações no dia que completa 7 anos do acidente aéreo da Chapecoense. Neto, ex-jogador da Chape, foi um dos sobreviventes e desabafou em entrevista ao ge: “a vida não volta, e a dor vai continuar”.
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A tragédia da Chape; 7 anos e as memórias do dia mais triste
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Em 29 de novembro de 2016, o avião que transportava a delegação da Chape para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín. Na aeronave estavam jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas.
Acidente
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião não era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia.
O acidente ocorreu por falta de combustível, como consequência da falta de gestão de risco apropriada por parte da Lamia. Sem ter combustível, os motores do avião pararam de funcionar, e a aeronave planou até colidir e cair.
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Este dia 29 de novembro traz a saudade, mas também se tornou uma data para cultivar lembranças, demonstrar carinho e respeito à memória dos que nos deixaram. Para que os torcedores possam prestar suas homenagens, realizar as suas orações e ter um momento de reflexão, a Arena Condá estará aberta nesta quarta-feira, das 9h às 22h. Na parte central do gramado, flores brancas serão colocadas de forma simbólica.
No Átrio Daví Barella Dávi, rosas brancas serão colocadas em cada um dos nomes ao redor da fonte. À noite, um dos refletores da Arena Condá vai permanecer ligado.
No local onde o acidente aconteceu, as pessoas prestam homenagens até hoje, e na cidade próxima uma celebração vai ser realizada.
Neto se torna símbolo da luta por justiça
Neto, ex-zagueiro da Chapecoense, se tornou símbolo da luta por justiça e da preservação da memória das vítimas. O atleta tentou retornar ao futebol, mas não conseguiu, após ter ficado dois anos em tratamento. O jogador chegou a retornar aos treinamentos com bola, mas anunciou a aposentadoria, em 2019, aos 34 anos.
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O zagueiro foi o último sobrevivente a ser resgatado no acidente aéreo, Neto ficou internado por duas semanas na Colômbia. O ex-jogador desembarcou em Chapecó no dia 15 de dezembro.
O ex-goleiro Jakson Follmann e o lateral Alan Ruschel, atualmente no Juventude, foram outros jogadores que sobreviveram, assim como dois tripulantes da LaMia. O narrador Rafael Henzel, também sobrevivente do acidente aéreo, morreu em março de 2019 após sofrer um infarto durante um jogo de futebol com amigos.
Neto também participou, em 2019, junto com viúvas de atletas que perderam a vida no acidente, o presidente da Abravic e três advogados, em Londres, de um protesto em frente à sede da Aon, empresa que alegava ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora.
Recentemente, Neto fez um jogo de despedida na Arena Condá, com a presença de Ronaldinho Gaúcho, Popó e mais algumas celebridades.
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“Éramos uma família”
O ex-jogador falou com o ge a respeito do sentimento após sete anos do acidente, para ele a justiça precisa ser feita e a memória de todos deve ser preservada.
– Fizemos uma história com muita humildade, sem pisar em ninguém, com esforço e dedicação de todos, com o intuito de querer vencer – falou.
Neto acredita que ao ter sobrevivido, precisa cumprir a missão de buscar justiça e alívio para as famílias das vítimas.
– A gente foi descobrindo muitos erros em tudo o que aconteceu e espera que a justiça seja feita. Quero que as famílias possam ter alívio mediante a tanta injustiça. A vida não volta, a dor sempre vai continuar, a saudade daqueles que fizeram história – comentou o ex-jogador.
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– Eu entendi que Deus me deu essa oportunidade e tinha a missão de fazer mais coisas além do futebol, tentei voltar, eu lutei. Sofri uma lesão na coluna, operei o joelho seis vezes, a coluna ainda quebrei um osso, achatei uma vértebra, rompi um ligamento e ainda preciso de uma cirurgia – revelou.
O ex-atleta ressalta que ainda precisa fazer mais cirurgias, e que segue o processo de recuperação.
– Já tenho uma placa de titânio na cervical, por isso eu tenho que esperar para fazer outras cirurgias. Eu perderia muita qualidade vida se fizesse agora outras cirurgias. Hoje sou palestrante e evangelista, e eu creio que Deus me fez mais produtivo dessa forma – desabafou Neto.