Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca informou nesta quinta-feira a interdição das áreas de cultivo de ostras e mexilhões em todo o litoral de Santa Catarina. Segundo o comunicado, está proibida a retirada, comercialização e o consumo destes produtos em razão da “presença de toxinas que podem causar intoxicação alimentar“.

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Nesta sexta-feira, começaram a ser feitas novas coletas de materiais para serem analisados, começando por Florianópolis. O resultado final da análise será divulgado no sábado, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.

De acordo com a secretaria, na localidade de Paulas, em São Francisco do Sul, e em Porto Belo, foi detectada a presença de toxina diarreica. Enquanto na Ponta do Papagaio, em Palhoça, foi comprovada elevada quantidade de algas que produzem a toxina.

A secretaria informa que novas coletas serão feitas e a expectativa é que as toxinas desapareçam nos próximos dias, “não gerando prejuízos financeiros para os maricultores porque a produção permanecerá na área de cultivo”, de acordo com a nota.

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Leia o que diz a nota:

“A interdição de todo o Litoral catarinense é feita para preservar a saúde pública, já que existe a possibilidade de a contaminação dos moluscos bivalves estar ocorrendo de forma generalizada. A toxina diarreica é produzida por algumas espécies de microalgas que vivem na água, chamadas de Dynophysis, e quando acumuladas por organismos filtradores, como ostras e mexilhões, podem causar um quadro de intoxicação nos consumidores.

A presença de Dynophysis é conhecida em Santa Catarina e por isso os níveis da toxina são regularmente monitorados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) no litoral. Os últimos episódios de excesso de DSP no Estado foram registrados em 2007 e 2008.

O Laboratório de Estudos sobre Algas Nocivas e Ficotoxinas, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), atesta que existe a confirmação de valores das toxinas acima do limite permitido para o consumo de ostras e mexilhões em duas regiões (São Francisco do Sul e Porto Belo) e as condições ambientais são muito favoráveis para a proliferação de Dinophysis.

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Novas coletas de ostras e mexilhões serão realizadas para monitoramento das áreas de produção e os resultados dessas análises definirão a liberação ou manutenção da interdição das áreas afetadas. A expectativa é de que as toxinas produzidas pelas algas desapareçam em poucos dias, não gerando prejuízos financeiros para os maricultores porque a produção permanecerá na área de cultivo.

As instituições públicas responsáveis pela fiscalização sanitária do comércio, inspeção de produtos de origem animal, pesquisa e extensão e diagnóstico foram comunicados para que tomem as providências pertinentes às suas áreas de atuação. Os sintomas causados pela DSP são diarreia, náuseas, vômitos e dores abdominais e se manifestam em poucas horas após a ingestão de moluscos contaminados.

A recuperação do paciente se dá entre dois e três dias, independente de tratamento médico. No dia 14 deste mês o Laboratório Laqua-Itajaí/IFSC detectou a presença da toxina diarreica em cultivos da localidade de Paulas, em São Francisco do Sul. E no dia 21 de agosto, a mesma toxina foi detectada em cultivos localizados em Porto Belo, na mesma data foi encontrada alta contagem de algas produtoras da toxina na localidade de Ponta do Papagaio, em Palhoça”.

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