Há mais de 15 anos ocupada pelo Camelódromo, Direto do Campo e um estacionamento, a área de 32,7 mil metros quadrados do aterro da Baía Sul, no Centro de Florianópolis, deve dar lugar a um parque público nos próximos meses. Os comerciantes que atuam no local têm um prazo de 60 para deixar seus postos de trabalho, devido a uma determinação judicial de três anos atrás.
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Na época, o juiz federal Hildo Nicolau Perón solicitou ao município que devolvesse a área à União, proprietária do terreno – a ideia era destiná-lo à nova sede do Ministério Público Federal. Uma negociação feita na época estabeleceu que os comerciantes poderiam continuar no local por mais dois anos – prazo que se encerrou nesta quinta-feira.
A partir dessa data, a prefeitura está com os dias contados para realizar a desocupação, sob pena de multa de R$ 1 milhão pelo descumprimento, mais R$ 5 mil por dia. Segundo o procurador-geral do município, Júlio Cesar Marcellino Júnior, não haverá prorrogação deste prazo, já que o processo esgotou todas as possibilidades de recurso.
Conforme o cronograma da prefeitura, o estacionamento operado pela Comcap deve ser o primeiro a deixar o terreno, em um mês. Vinte dias depois será a vez do Camelódromo e do Direto do Campo, que serão transferidos para outro terreno da cidade. A prefeitura deve apresentar propostas de quais serão estas áreas já nos próximos dias.
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– A partir de hoje (sexta-feira) teremos um comitê para acompanhar a retirada e o realojamento destes trabalhadores. A intenção da prefeitura não é deixá-los na mão – explica o procurador.
Em até uma semana também deve ficar pronto o projeto do novo parque público que irá ocupar o espaço ainda este ano. O MP desistiu da área – assim como todos os outros órgãos federais da cidade – devido a um estudo histórico que apontou não ser permitido a construção de grandes edificações no local pela proximidade do Forte Santa Bárbara. A prefeitura, então, segue responsável pelo terreno.
Embora preocupados com o futuro, os comerciantes reconhecem a situação. Só o camelódromo tem 158 boxes e o Direto do Campo atua com cerca de 40 funcionários diretos, além de 100 produtores rurais que encaminham seus produtos para venda no local.
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– Estamos aqui, construindo nosso negócio, há 16 anos. Mesmo indo para outro local, é como começar do zero – lamenta a presidente da associação do camelódromo, Rosemeri Duarte Rabello.