Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, conta que, assim como o resto do mundo, ele também foi surpreendido pelo anúncio da renúncia de Bento XVI.

Continua depois da publicidade

O arcebispo da Diocese mais antiga do país, nascido em Brusque e antecessor de Dom Wilson Tadeu Jönck na Arquidiocese de Florianópolis, acredita que, apesar de chocante pela raridade, a decisão do papa é um ato de amor:

_ Quando ele aceitou ser papa, foi com a missão de servir à Igreja. Inclusive, o irmão de Bento XVI declarou que o médico pediu que viajasse menos por questões de saúde. Desta forma, ele viu que já não poderia servir à Igreja com o mesmo vigor.

Além do desprendimento, Dom Murilo ainda observa que a atitude de Bento XVI facilita a jornada dos próximos pontífices, que não têm mais a obrigação de permanecer no cargo até idade avançada. Quanto a possibilidade de termos um papa catarinense, o primaz do Brasil é enfático:

Continua depois da publicidade

_ A característica que menos vai pesar na escolha do novo papa é o lugar de onde ele veio. Hoje, todos os cardeais se conhecem muito bem, mantém uma comunicação constante. A escolha deve ser por um pontífice com outras qualidades essenciais da Igreja e com saúde.

Para Dom Murilo, o sucessor de Bento XVI deve manter os valores que formam a essência da fé católica: fidelidade a Jesus Cristo, à moral da Igreja, sentido de família, o perdão como necessário e a capacidade de dialogar.