Moradores de Camboriú estão sendo cadastrados para receber gratuitamente aquecimento solar. O projeto, em parceria com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), tem como finalidade instalar placas solares nos telhados das casas para aquecer a água dos chuveiros. Isso deve refletir em uma economia entre 10% e 15% na conta de energia elétrica. O sistema deve funcionar aos moldes do existente no Bairro Promorar em Itajaí, onde o equipamento já garante a algumas famílias uma economia de até 20% na fatura de luz.

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As inscrições em Camboriú estão sendo feitas para as famílias com renda mensal de até um salário mínimo. Esta é a primeira vez que Camboriú vai receber a iniciativa, que faz parte do projeto Calamidade no Vale do Itajaí, da Celesc, e 214 casas serão contempladas com as placas. Interessados em participar devem morar em casa de madeira ou alvenaria, com apenas um piso, ter fiação elétrica em excelente estado e alto consumo de energia.

Há aproximadamente três anos, a Celesc promoveu em Itajaí a instalação das placas em algumas casas do Promorar. Como em muitas delas não há laje, além da placa, a aparelhagem que armazena o calor também ficaram evidentes, mas isso não incomoda os moradores.

O vigilante Arimateia Delmonigo, 48 anos, é um dos itajaienses que dispõem do equipamento em casa e garante que a economia chega a até 20%. – Isso aqui é uma maravilha, reduziu muito a nossa conta e se der um dia de sol pode ficar nublado nos três dias seguintes que continua saindo água quente do chuveiro – diz o montador Dirceu Peirão, 34 anos.

Ele conta que a placa quase não exige manutenção e a água sai quente mesmo no inverno. Em algumas ocasiões, segundo ele, é necessário ligar a água fria para balancear.

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A coordenadora da Defesa Civil de Camboriú, Carla Krug, explica que o projeto surgiu em 2008, após a enchente. Na época, a população recebeu da Celesc 215 refrigeradores com baixo consumo de energia. – Seremos possivelmente a primeira cidade a ser contemplada com 214 sistemas de aquecimento solar – diz.

Instalação em 2012

As mais de 200 placas devem ser instaladas ainda neste ano em Camboriú, de acordo com a Celesc. Engenheiro da companhia, Sérgio Felício Fragoso diz que a implantação começa entre novembro e dezembro deste ano. Segundo ele, uma parcela de todas as contas de eletricidade no Brasil vão para um fundo do programa de eficiência energética. Em Santa Catarina é a Celesc que gerencia estes recursos e destina a projetos como o Calamidade no Vale do Itajaí.

Como participar

É obrigatório ter renda mensal de até um salário mínimo

– O interessado deve residir em casa de madeira ou alvenaria, com apenas um piso, ter fiação elétrica em excelente estado e alto consumo de energia

– Para fazer a inscrição são necessários documentos pessoais e fatura de energia elétrica atualizada

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– O cadastro pode ser feito na Defesa Civil (Rua Hercílio Zuchi, 13, Centro, Camboriú) até o dia 14 de novembro, das 13h às 19h

– Informações: 3365-0198

Como funciona o aquecimento solar

As placas que ficam instaladas normalmente nos telhados, em posição horizontal, absorvem a radiação, que é transferida para a água que circula em tubos de metal. No boiler, um reservatório térmico, a água quente fica armazenada. Ele é abastecido pela caixa d’água da residência.

Uma das preocupações de quem instala um sistema de aquecimento solar é a preocupação sobre o que fazer em caso de falta de sol. Rafael Catana, arquiteto e urbanista especialista em eficiência energética explica que os chuveiros continuam com o apoio da parte elétrica, assim, caso o tempo fique por muito tempo nublado, a eletricidade pode ser acionada.

De qualquer modo não basta um dia de céu nublado para a água não esquentar. Havendo radiação a água quente pode ficar armazenada por muitos dias.

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Alternativa caseira

Catana salienta que apesar do custo que pode chegar a R$ 4 mil, a economia com o uso do aquecimento solar compensa o investimento. Mas para quem não pode investir nesse momento, uma alternativa caseira e que também dá resultados é a placa de aquecimento feita de garrafa pet e canos de PVC.

As garrafas são cortadas para que se encaixem umas nas outras formando fileiras. Dentro delas são colocadas embalagens de leite longa vida pintadas de preto para absorver o calor. Nas extremidades são colocados os canos.

É importante que o reservatório de água fique acima, forçando que a água passe pelo sistema. Ao passar pelos canos, a água é exposta à radiação e aquece. Quente, ela sobe pelos canos e mais água fria entra no sistema empurrando a água aquecida.