Um ofício do governador Raimundo Colombo (PSD), uma comissão formada às pressas e uma sabatina relâmpago — tudo isso na tarde desta terça-feira — deixaram o nome do deputado estadual José Nei Ascari (PSD) a um passo da confirmação como substituto de Júlio Garcia no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A definição será feita no plenário da Assembleia Legislativa na tarde de quarta-feira.
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Definida nos bastidores nas última semana, a articulação para trazer o conselheiro Júlio Garcia de volta à política partidária foi desencadeada nesta terça-feira. Pela manhã, o Diário Oficial do TCE anunciava o pedido de aposentadoria do conselheiro. No início da tarde, o secretário-adjunto da Casa Civil, Luciano Lima, levou ao presidente da Alesc, Sílvio Dreveck (PP), o breve comunicado em que indicava Ascari para vaga recém-aberta.
A comunicado foi lido em plenário no início da sessão, às 16h, quando foram anunciados também os nomes dos sete parlamentares que participariam da comissão que analisaria a indicação de Raimundo Colombo. Eram 16h40min quando o deputado estadual Romildo Titon (PMDB) abriu os trabalhos do grupo – que presidia inicialmente por ser o parlamentar com maior número de mandatos, sendo depois confirmado no posto pelos demais. Caberia a outro peemedebista, Mauro de Nadal, a relatoria. Definidas as funções, às 16h45min o grupo decidiu fazer naquele momento a sabatina ao candidato a conselheiro. Enquanto o deputado Milton Hobus telefonava para Ascari pedindo que viesse para a sala das comissões, Dóia Guglielmi (PSDB) brincava:
— Nós vamos perguntar pra que time ele torce. E, principalmente, para que time ele vai torcer depois.
Um minuto depois, Ascari chegou à sala de reuniões. Às 16h48min, Titon definiu que a aprovação poderia ser feita ainda naquela reunião. Imediatamente, começou a sabatina. Inquirido por Nadal sobre a experiência para a função, Ascari lembrou que foi funcionário do Poder Judiciário, advogado por seis anos, prefeito de Grão Pará, chefe de gabinete da presidência da Alesc (mandato de Júlio Garcia), secretário estadual de Administração no governo Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e que estava no segundo mandato como deputado estadual.
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— Entendo que esta experiência acumulada vai me ajudar muito — afirmou.
Ascari apresentou os documentos exigidos pela legislação que regulamenta a escolha de conselheiros do TCE, incluindo 19 certidões relatando inexistência de processos abertos em diversos tribunais, comarcas e órgãos de controle. Enquanto apresentava a lista, foi entregue a ele outro documento crucial para a nomeação: a desfiliação do PSD. Eram 16h54min.
Em seguida, Nadal atestou que o colega atendia os preceitos de notório saber e reputação ilibada exigidos para o cargo e abriu palavra para os demais membros da comissão. Guglielmi, Hobus, Titon e Natalino Lazare (sem partido) fizeram amplos elogios a Ascari. Luciane Carminatti (PT) calou-se e Rodrigo Minotto (PDT) não compareceu. Nadal leu o relatório aprovando o nome de José Nei Ascari para a vaga de conselheiro do TCE, no minuto seguinte – às 17h10min – os demais membros acompanharam a posição do peemedebista. A comissão levou exatos 30 minutos para ser instalada, eleger presidente e relator, sabatinar o candidato e avaliar sua documentação, apresentar e votar o relatório e encerrar seus trabalhos.
— Tenha vossa excelência aqui no parlamento catarinense amigos os quais o senhor aconselhará, porque o TCE nada mais é as pessoas que aconselham este parlamento nas atribuições do que é correto para com a máquina pública — saudou Nadal.