Foi uma exper iência de estreias pra mim. Primeira vez na Europa, primeira viagem internacional sem o marido. Resultado: frio na barriga em dobro. Fui pela Air France num voo Rio de Janeiro/ Paris. São quase 12 horas de viagem, então embarquei no fim da tarde para dormir a maior parte do tempo. A comida é boa, nada espetacular. Mas a companhia serve minigarrafas de vinho, um charme. Sempre ouvi dizer que com baguete, queijo e vinho você passa muito bem em Paris, então comecei os trabalhos no avião mesmo.
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Por 17 euros você sai do aeroporto com um ônibus da Air France. O Charles de Gaulle fica a cerca de 45min do Centro. Pelo caminho nada surpreendente, até que o motorista entra na Avenida de La Grande Armée. De repente, o Arco do Triunfo está diante dos seus olhos e você fi ca sem fôlego por alguns segundos. Foi nesse momento que caiu a fi cha e pensei: Meu Deus, estou em Paris. O monumento é maior e mais bonito do que eu imaginava. Meu hotel ficava a poucos minutos dali. Depois de receber um mapa e dicas, fui direto para o Arco. Afi nal, estava curiosa para ver a cidade lá do topo. Nove euros e dezenas de degraus depois lá estava eu, com Paris a meus pés.
Do alto dos 49 metros deu para ter uma noção melhor das ruas que me cercavam, entre elas a famosa Avenida Champs- Élysées. Visitar o monumento é uma aula de história. A primeira pergunta que ouvi ao retornar ao Brasil foi: os franceses realmente são grosseiros e odeiam falar inglês? Confesso que também tinha esta preocupação. Então, resolvi estudar alguns cumprimentos e frases. Nada como começar um contato com excusez-moi ( com licença) ou bonjour (bom dia). Foi assim no hotel, na rua, nos restaurantes e no táxi. ão tive nenhum problema e fui muito bem tratada. Amei os moradores de Paris.
Torre Eiffel
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Tive cinco dias para conhecer a cidade, fi z tudo o que havia planejado e muitas coisas que nem estavam na programação. Essa é a vantagem de bater perna. Visitei todos os cartões- postais. A Torre Eiffel, inaugurada em 1889 para comemorar os cem anos da Revolução Francesa, estava no topo da lista, claro – mesmo depois de uma denúncia de bomba no monumento na minha primeira noite. Nada se confi rmou e não mudei meus planos. Observar Paris de lá é uma experiência inesquecível.
Cheguei cedo, esperei meia hora para comprar o ingresso, aguardei 15 minutos para passar pela segurança e outros 15 pelo elevador. Quando começamos a subir, o coração acelerou. Lá no alto, a 276 metros, a visibilidade alcança 65 quilômetros de distância em dias limpos. Bingo! Escolhi o dia perfeito, o céu de Paris estava extremamente azul naquela terça- feira. A visita valeu cada centavo e cada minuto de espera.
Comida francesa
Caminhar pelas ruas despretensiosamente é delicioso. O cheirinho de pão fresco, croissants e macarons fazem você parar de vez em quando para renovar o kit piquenique. Em Paris há muitos parques e jardins, por isso sempre levava na mochila uma baguete ou croissant, queijo, vinho e macarons.
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Quando precisava descansar, estendia a toalha e recarregava as energias. Entre todos os pratos que provei, lembro bem da sopa de pescados e da massa com mexilhões de um restaurante no Bairro St. Michel. A região entrou para a lista das favoritas. Outro cantinho que conquistou meu paladar foi a Maison Fauchon, onde comi o melhor macaron da minha vida. Lá comemorei a viagem saboreando macarons e espumante, uma dica do artista Luciano Martins, um apaixonado pela cidade luz.
Igrejas, palácios e pontes
Caminhei muito por toda Paris. Estive nas Ilhas de la Cité e St. Louis no meio do Rio Sena. Conheci a Conciergerie, antigo palácio da cidade onde Maria Antonieta fi cou presa até ser julgada e morta. Visitei as principais igrejas: Catedral de Notre Dame, La Madeleine, Sainte- Chapelle e Saint- Sulpice, a maior igreja de Paris, inaugurada em 1641, e cenário do livro O Código da Vinci, do escritor Dan Brown.
Passei também pela Basílica de Sacré Coeur, no Bairro Montmartre, região frequentada por artistas e boêmios e outra que entrou para a lista dos lugares que mais gostei em Paris. Lá do alto tem- se uma vista belíssima. E pertinho da Basílica está a Praça du Tertre, onde recebi as coordenadas para encontrar o primeiro ateliê de Picasso. Paris é assim. Você esbarra em história o tempo todo. Tem o Hotel dos Inválidos, palácio onde fi ca o túmulo de Napoleão, os edifícios históricos Grand Palais e o Petit Palais. Sem falar nas inúmeras e belas pontes que você encontra caminhando pela cidade.
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Conciergerie, na Íle de La Cité
Foto: Adriana Krauss, arquivo pessoal
Museus
Antes da viagem pesquisei sobre os museus que eu gostaria de visitar. Na lista coloquei o Louvre, onde vi a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci; o Museu d?Orsay, onde admirei o trabalho de Monet e Cézanne e tirei uma das melhores fotos – a vista do Louvre de dentro do relógio do d’Orsay; e o museu Rodin, onde esculturas estão espalhadas num belo jardim.
Ainda visitei o Centro Pompidou, voltado para a arte contemporânea. Só o prédio já é uma atração. Nessas férias também passei por Berlim, na Alemanha, e Provence, no Sul da França, mas Paris foi tão incrível que ainda mereceria muitas linhas. Então, o restante da viagem fica para a próxima. Au revoir!

Museu do Louvre visto do relógio do Museu d’Orsay
Foto: Adriana Krauss, arquivo pessoal