Na tarde de sábado, o sol estava de rachar. Mas de noite, a chuva e os relâmpagos tentaram acabar com a alegria dos joinvilenses. A boa notícia é que nem o calor extremo e nem o medo de que tudo fosse alagar afastaram as pessoas de perto do Mercado Público Municipal. Afinal, era Carnaval.

Continua depois da publicidade

E não é sempre que sambistas de fama nacional aterrissam em Joinville. Ninguém se intimidou com raios e trovões: só levaram, além de máscaras, confetes e serpentinas, o guarda-chuva, para curtir melhor a festa.

Abriram os trabalhos da sexta-feira de Carnaval Paulão e Banda, finalizando com o show nacional de Marcelinho Moreira. Na tarde de sábado, quem estava no Mercado Público Municipal foi surpreendido com a presença de Marquinhos Diniz, sambista carioca e filho do mais famoso integrante da Velha-Guarda da Portela, Monarco.

O show dele estava marcado para depois das 22h30, mas ele e seu grupo de músicos resolveram testar os equipamentos e fazer a passagem de som pela tarde. O público começou a perceber o samba de qualidade saía dali e não demorou para que um grupo animado se formasse. Só para agradar os fãs joinvilenses, Marquinhos ainda tocou algumas canções a mais.

Depois desta apresentação-surpresa, o sambista conversou com a equipe do “Anexo” e confirmou a paixão que sente pela cidade.

Continua depois da publicidade

– Sempre que venho para cá, encontro o samba original, o samba digno – disse ele, que frequenta Joinville há quatro anos, por ser o padrinho do grupo Bera Samba.

– O que eu encontro de qualidade musical aqui é bem parecido com o que existe no Rio de Janeiro. O samba já está na veia da rapaziada. Os joinvilenses tem uma levada parecida com a dos cariocas – confessou, com um sotaque bem típico do Rio de Janeiro.

Marquinhos também enfatizou que a cena musical de Joinville é bastante profissional já faz tempo. Portanto, não merece mais olhares de surpresa de quem vem de fora.

– Muita gente de fora já sabe que vai chegar aqui e encontrar coisas boas, sambistas que têm a coisa na veia.

Continua depois da publicidade

Por fim, acrescentou:

– Hoje (sábado) de noite eu é que vou me dar o susto! – falou o autor de “Caviar”, música que ficou famosa na voz de Zeca Pagodinho.

Aliás, a faceta compositora do artista é muito requisitada no mundo do samba. Quando Marquinhos se apresentou para valer, algumas horas depois, pode confirmar o quanto o público da cidade gosta de Carnaval, diversão e samba.

– O pessoal interagiu para valer e eu estou muito contente com o show. O samba tomou conta de todos, inclusive dos jovens. Toquei marchinhas de 1940, coisas antigas do acervo da Portela, e vi crianças e adolescentes acompanhando. Isso foi fantástico. É como se o samba fosse um bê-a-bá natural – brincou.

– Quando eu for convidado a ir a Joinville novamente, voltarei com o maior prazer.