Os 40 mil fãs que acompanharam o show do astro do pop Elton John na Arena Fonte Nova, em Salvador, tiveram de passar por alguns percalços antes e depois da apresentação da turnê Goodbye Yellow Brick Road. Quem acompanhou o espetáculo do músico inglês enfrentou falta de sinalização, ausência de pontos de táxi e problemas de acesso. Após uma sucessão de aborrecimentos, houve quem apelasse para o já batido bordão:
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– Imagina na Copa.
A principal diferença entre o show e uma partida do Mundial é que, na competição, a operação do estádio será da Fifa, e não da Fonte Nova Negócios e Participações. Mas quem garante que, dentro da mesma estrutura, os problemas não se repetirão.?
A primeira dificuldade foi chegar à arena. O show começaria às 22h, mas às 21h as filas já passavam de um quilômetro. No estádio, a dificuldade era achar o setor do ingresso.
– Havia pouca sinalização e pouca gente pra orientar. Não assisto futebol. Não conheço o estádio – reclamou a auditora Karina Neiva.
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Segundo um membro da produção do evento, que pediu anonimato, por causa das dificuldades, Elton John, conhecido pela tradicional pontualidade britânica, atrasou a entrada no palco em mais de 10 minutos. Na saída, mais aborrecimento. Os orientadores pareciam ter desaparecido da arena e, sem saber se localizar, parte do público saiu pelo estacionamento, caminhando em meio aos carros e aumentando o risco de acidentes. E a cereja do bolo ainda viria.
– Levei 35 minutos dentro do carro, com pessoas indo pra todos os lados a pé e de carro. Foi meio apavorante – declarou a universitária Mariana Romão.
Do lado de fora, quem optou pelos táxis teve de esperar muito. A jornalista Ana Cláudia Cavalcanti e a mãe, Marlene Borges, aguardaram quase uma hora enquanto os maridos procuravam um táxi. Os dois andaram tanto que preferiram ir para casa e buscar as esposas em carro próprio. Uma hora depois do fim da apresentação, muita gente ainda tentava ir embora.
Se a Arena não terá responsabilidades durante a Copa, que será operada pela Fifa, o mesmo não se pode dizer da Transalvador, responsável por gerenciar o tráfego na capital baiana. O superintendente, Fabrízio Muller, admitiu que houve erros, que já teriam sido identificados. De acordo com Muller, uma maior integração com os organizadores teria evitado alguns transtornos:
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– Não tivemos acompanhamento dos ingressos vendidos. Poderíamos ter uma atuação melhor. Mas a responsabilidade final é nossa.
O superintendente apontou ainda a solução dos bolsões de estacionamento com transfer para o estádio usados na Copa das Confederações deve ser repetida em junho de 2014.
– Não temos metrô e nem muitos táxis, então teremos que investir nisso – resumiu Muller.
CONTRAPONTO
O que diz a Fonte Nova Negócios e Participações, por meio de sua assessoria de imprensa
Não houve problemas de sinalização, mas sim um estranhamento do público com relação a estrutura de um show desse porte. Todos os possíveis incômodos ao público pagante estão sendo analisados para que, a cada novo evento, tenhamos menos indícios de desconforto. Cerca de 100 orientadores estavam distribuídos por toda a arena. Eles estiveram no local até o fim do show.