O Ostradamus, conhecido restaurante do Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, era uma sorveteria. Há 15 anos, o dono, Jaime Barcelos (na foto abaixo), transformou a barraquinha em espaço para gastronomia refinada. Hoje, o local faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, uma espécie de academia de letras para o setor – só 90 estabelecimentos do Brasil estão entre os escolhidos.

Continua depois da publicidade

> Curta a fanpage do Verão DC

No verão de 1996 para 1997, Jaime cansou de ser mecânico. Uma mulher havia deixado um carro para arrumar na oficina e nunca mais voltou. O dinheiro não era tanto, não valia a pena o sufoco, como ele contou. Resolveu montar uma barraca de sorvete, caldo de cana e água de coco. Vingou o negócio.

Ele vendeu a rodo durante todo o verão. Com a chegada do inverno, precisou acrescentar o cachorro-quente ao cardápio para manter a clientela. Um dia de abril em 1999, como quem precisa crescer, Jaime mudou tudo. Trocou o nome Cantinho Açoriano para Ostradamus.

Continua depois da publicidade

Em abril deste ano, o restaurante completa 15 anos. Tem produção própria de ostras e de cachaça, além do café com doces portugueses. O espaço triplicou de tamanho e continua à beira da água do Ribeirão da Ilha. Durante a semana, executivos fecham acordos de frente para o mar, enquanto bebem um dos 270 rótulos de vinho de uma coleção de 3.500 garrafas.

Os funcionários se vestem de marinheiro. O mais novo contratado trabalha há dois anos na casa; os outros, há mais de cinco anos. Todos estão representados em um quadro de azulejos que decora o café, desenhados ao redor de Jesus na Santa Ceia como se fossem apóstolos. Jaime não quis se colocar no lugar do filho de Deus.

Desde o início da história, Mario da Silva, 53 anos, era o cozinheiro. Deixou um cargo na Procuradoria Geral do Estado para trabalhar na cozinha. Mostrou duas receitas de ostras que estão na página ao lado.

Continua depois da publicidade

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

Ostradamus

Rod. Baldicero Filomeno, 7.640, Ribeirão da Ilha, Florianópolis

Tel.: (48) 3337-5711

Horário: de terça-feira a sábado, das 12h às 23h; domingos das 12h às 18h

Preço dos pratos: de gengibre, R$ 36 a dúzia; do mecânico, R$ 33 a dúzia

As duas receitas a seguir precisam de ostras cozidas no vapor. Para isso, encha uma panela com água. O líquido deve tampar apenas o fundo e não deve cobrir as ostras. Aqueça a água até produzir o vapor. Coloque cuidadosamente as ostras e deixe-as cozinhar por quatro a nove minutos. Quando as conchas se abrirem, estarão prontas.

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

De gengibre

Ingredientes

6 ostras

6 fatias finas de gengibre

3 colheres de sopa de azeite de oliva

1/4 de xícara de conhaque

2 colheres de sopa de mel silvestre

Como fazer

Retire as ostras cozidas das cascas e fique com a carne. Coloque o azeite em fogo médio em uma frigideira. Acrescente as fatias de gengibre cortadas finamente. Espere o azeite pegar o gosto do gengibre e acrescente a carne das ostras. Flambe com conhaque e depois o mel.

Do mecânico

Ingredientes

6 ostras

6 fatias de maçã

6 fatias de queijo brie

6 fatias de manga

Como fazer

Mantenha a carne das ostras na casca. Sobre ela, coloque a manga, depois a maçã e o queijo brie. Pré-aqueça o forno a 250 graus e coloque as ostras por quatro minutos. Sirva enquanto o queijo ainda estiver derretido e, de preferência, com um bom vinho branco.

Continua depois da publicidade

Foto: Charles Guerra / Agência RBS