O cotonete pode ser um vilão para a saúde do ouvido, principalmente durante o verão. Os médicos alertam que o órgão tem um sistema de limpeza natural e que não é necessário limpar até o fundo. Inclusive, o costume pode causar infecções.
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Acontece que geralmente não se sabe a qualidade da água onde ocorrem os mergulhos. Além das impurezas, o sal do mar também pode ser um problema se empurrado pelo cotonete junto com a cera do ouvido.
Por isso, os médicos recomendam que, caso o paciente note um acúmulo de cera, vá a uma clínica fazer uma lavagem (quando a cera é retirada com um jato de água), ou uma aspiração (feita com um micro aspirador).
Há ainda a possibilidade de inserção de um medicamento em gota para dissolver a cera. Existe também o procedimento de retirada com uma pinça específica, a cureta. Todos esses procedimentos são rápidos, mas nenhum deles pode ser feito com segurança em casa.
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Médicos apontam que não é preciso limpar o ouvido internamente. Passar uma água na parte externa, sem sabão, e enxugar com uma toalha é o suficiente. O ciclo de limpeza do órgão ocorre de 60 a 80 dias, quando a pele interna descama e expele a cera. Se o paciente usa o cotonete, ele impede que isso seja realizado com naturalidade, além de levar outras impurezas para o interior do ouvido.
– É como pensar em limpar o nosso olho por dentro, que tem um sistema próprio para isso – explicou o otorrinolaringologista Juliano Cardoso, do Centro Otorrinolaringológico Florianópolis.
Ainda conforme Cardoso, é recorrente a procura de pacientes com infecções durante o verão por usar cotonete ou reter cera depois de um mergulho. Uma maneira fácil de evitar que a água fique no ouvido é dar dois ou três pulinhos depois de sair do mar, com a cabeça inclinada para os lados. E, claro, esquecer o cotonete.
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