Santa Catarina teve um salto nas apreensões de fuzis nos últimos quatro anos. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), o número passou de cinco, em 2019, para 19 armas recolhidas no ano passado — um crescimento de 280%. Em contrapartida, o número geral de recolhimento de armas teve queda no Estado entre 2021 e 2022. Para a pasta, a expectativa é de que o número de apreensões melhore este ano.

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Entre 2019 e 2022, foram apreendidos 47 fuzis em Santa Catarina, conforme o levantamento no qual o NSC Total teve acesso. Desses, 19 ocorreram apenas no ano passado — um aumento de 72% ao comparar com 2021 quando 11 armas deste tipo foram recolhidas.

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Ao menos 25 municípios catarinenses registraram a apreensão de fuzis nos últimos quatro anos. Florianópolis e Itajaí lideram a lista com cinco apreensões cada. Em seguida, vêm Araquari, Garuva e Xaxim, com quatro armas cada.

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Apesar do crescimento, o número de fuzis recolhidos em Santa Catarina representa apenas 0,5% das armas apreendidas pelas polícias nos últimos quatro anos. Conforme a SSP, entre 2019 e 2022, foram 9.296 apreensões — uma média de 2,3 mil casos por ano.

O número geral, inclusive teve redução no ano passado. Enquanto em 2021 foram 2.635 armas apreendidas, em 2022 o total chegou a 2.330 — uma queda de 11,57%. A apreensão de revólver lidera a lista com 3.696 casos. Em seguida vêm a espingarda, com 2.379 e a pistola, com 1.992.

O que acontece após a apreensão?

Mas o que acontece após a apreensão de uma arma? De acordo com o Instituto Igarapé, após o auto de apreensão, feito pela Polícia Civil, a arma fica sob custódia do Estado. Depois, ela é encaminhada à perícia onde informações como calibre, número de série e modelo são recolhidos. Também podem ser feitos testes para descobrir se determinado projétil foi disparado por aquela arma.

“Esse tipo de análise pericial é fundamental para se compreender os caminhos que as armas usadas em crimes no Brasil fazem da sua origem legal, na fábrica, até a situação criminal que gerou a apreensão”, pontua o relatório “Ranking de transparência de dados sobre armas de fogo nos estados”.

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A arma fica com o Estado até que o juiz considere que não há mais necessidade de mantê-la. Após essa etapa, ela é encaminhada ao Exército, responsável pela destruição.

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O objetivo do ranking, divulgado nesta quinta-feira (6), é avaliar a qualidade das informações solicitadas aos órgãos de segurança pública dos estados brasileiros e Distrito Federal. O relatório apontou uma falta de transparência, já que as polícias em todo o país não responderam ou negaram acesso a 74% dos questionamentos feitos.

Santa Catarina, no entanto, aparece entre os cinco estados com melhor desempenho em 2022. “Em comum, estes estados frequentemente apresentaram sinais de boas práticas na transparência de dados públicos: envio de respostas em formato aberto, justificativa de informações não compartilhadas e tentativa de compartilhamento de informações alternativas para suprir a ausência das solicitadas”, pontua o Instituto.

Expectativa é de que os número melhorem em 2023, diz Estado

Em nota, a SSP informou que tem intensificado e fortalecido as ações policiais feitas no Estado. Com isso, a expectativa é que o número de apreensões melhore ou se estabilize ao longo do ano.

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“A SSP tem atuado no sentido de planejar ações, diretrizes e prioridades no âmbito estratégico da área, a fim de alcançar avanços consistentes, aglutinando forças na área da segurança pública de todo o Estado”, diz a pasta.

A secretaria ressaltou, ainda, a participação do Estado no “SULMaSSP”, onde órgãos dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm trabalhado para coibir a criminalidade.

“Exemplo disso, na questão do tráfico internacional de drogas e de armas, com ações integradas e de inteligência, projetando operações para reduzir tais atividades ilícitas, especialmente no que tange às fronteiras, e com essas iniciativas conjuntas, estabelecer um combate efetivo e permanente às atividades do crime organizado”, salienta a nota.

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