A procura por matérias-primas diferenciadas foi uma constante nos desfile apresentados durante o Fashion Rio, que encerrou ontem. Além do belo efeito de passarela, esta buscou também levar a novos resultados de modelagem.
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O neoprene tornou-se o queridinho da temporada. Em marcas ligadas ao público jovem e frequentador da praia, não seria de estranhar. Como a Redley, que usou um neoprene superelástico, assim como o Tyvek, de efeito empapelado. Mas grifes voltadas para um público feminino mais sofisticado também apostaram nele fora de seu contexto esportivo, como Juliana Jabour.
A mineira Patachou, com tradição no tricô, também investiu nessa onda.
– Criamos uma surfista hig tech. Nós usamos o neoprene da roupa de surfe, mas de forma que ele não ficasse muito armado – explica Erika Frade, atual diretora de estilo da marca, que também apostou em tricôs usados do avesso, o que criou um interessante aspecto desgastado.
Os tecidos telados foram igualmente bastante utilizados. Nas peças sobrepostas ou por baixo delas, como nas bermudas ciclistas da Filhas de Gaia e da Cantão.
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Melk Z-DA, cujo trabalho vem se destacando há várias temporadas pela busca de materiais inusitados, não poderia ficar fora desta lista. E foi o mais criativo. Ele adicionou a suas peças o material emborrachado usado em jogos americanos e sob tapetes, para que estes não escorreguem.
-Eu queria algo do dia a dia, mas que deixasse a roupa preciosa – afirma ele, que criou uma camada de paetê inferior para dar glamour à matéria-prima incomum.
As interferências nos tecidos mais comuns foram outra alternativa para diferenciá-los. Elas foram feitas como dobraduras, técnicas artesanais, aplicações e bordados, embora as pedrarias e os paetês da temporada passada, com uma ou outra exceção, tenham ficado de lado.
*A repórter viajou a convite da organização do evento.
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