Segundo os analistas econômicos, o PIB brasileiro, cujo crescimento o governo esperava para a casa de 5%, não deve repetir os 2,7% do ano passado, devendo ficar em torno de 2% ou até menos, segundo alguns institutos. O governo se deu conta que modelo baseado no consumo se esgotou, porque estava assentado em grande parte no crédito. Esse passou de pouco mais de 20% em 2003 para 50% do PIB em 2011, tendo contribuído para uma inadimplência alta e crescente.

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Então, a saída pensada foi o investimento, mediante o incentivo às prefeituras com dinheiro do Ministério da Educação, para a construção de quadras esportivas e aquisição de carteira e ônibus escolares. Trata-se de uma medida boa pelo alto alcance social, com reflexo econômico setorial importante, mas de pouco reflexo econômico em termos globais. Terá problemas burocráticos e, se depender de contrapartida dos municípios, terá dificuldade de ir ser implementada, devido à queda da arrecadação federal dos tributos compartilhados, como IPI, Imposto de Renda e Cide.

O governo pretende ainda despender, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário R$ 1,29 bilhão, ou 0,05% do PIB, além de comprar ambulância por meio da saúde. Disso pode ser dito a mesma coisa: alto alcance social e econômico setorial, mas de pouco reflexo econômico global, o que vem em desacordo com as medidas propostas. O Rio Grande do Sul, pela natureza de sua indústria, será beneficiado com essas medidas, mas não de forma significativa.