No dia 6 de junho, algo que parecia improvável acontecer se tornou realidade: a aposentadoria de Paulo Baier. É algo óbvio para todos os atletas, de qualquer modalidade, que chegará um dia da despedida. Mas para quem se acostumou sempre a ver Baier em campo, será difícil se acostumar sem o experiente meia nos gramados brasileiros.
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Gaúcho de Ijuí, no interior do Rio Grande do Sul, ele apareceu para o Brasil por meio de um time catarinense. Paulo Baier poderia ter sido apenas mais um jogador na história do Criciúma, mas ele conseguiu escrever seu nome de forma permanente. Ele é um dos ídolos mais recentes do Tigre.
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Outras informações do Criciúma
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Essa história começou em 8 de abril de 1997. Naquela oportunidade, o Tricolor fez um amistoso com o São Luiz de Ijuí. No empate por 1 a 1, o Criciúma ficou interessado em dois atletas: o zagueiro Fábio e o lateral-direito Paulo César – assim era conhecido, na época, o futuro capitão tricolor.
– O Criciúma foi para ver o Fábio e gostaram muito da minha atuação. Não demorou uma semana e eu estava no Heriberto Hülse. Tenho esse carinho pelo Criciúma porque ele foi o primeiro clube que me deu reconhecimento nacional – revela Baier, por telefone.
O empate em 0 a 0 entre São Luiz e União Frederiquense foi a despedida de Paulo Baier do futebol. A partida era válida pela segunda divisão do Gauchão. Pouco tempo depois da saída dos gramados, o agora ex-jogador já começou a planejar o futuro.
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– Já me inscrevi em um curso para técnicos em Porto Alegre e depois quero fazer estágios pelo Brasil. Passei por muitos clubes e técnicos, mas assumir essa posição à beira do campo é muito diferente do que estar lá dentro das quatro linhas. Tenho que estar preparado para esse novo desafio, quero continuar no futebol e espero em breve já estar trabalhando – conta o maestro.
O Tigre com espaço privilegiado
Paulo Baier não esconde que o Criciúma é um protagonista em sua vida. Principalmente pela temporada de 2002, quando ele foi capitão da equipe e levou o time ao título da Série B. Além do acesso, Baier marcou três gols na decisão com o Fortaleza.
– Eu tive três passagens pelo Criciúma, mas a mais marcante foi a segunda. Aquele grupo era muito unido, diferente. A gente tinha vontade de ir ao treino só para reencontrar os companheiros. Era algo que, na última vez que joguei no Criciúma (em 2014), não tinha. Esse último elenco tinha muitas vaidades e os jogadores estavam mais preocupados consigo do que com o Criciúma, por isso o clube foi rebaixado – analisou Baier.
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Melhores temporadas
“Cito sempre três ótimas temporadas. No Criciúma, em 2002, fiz oito gols e joguei muita bola. Em 2005, pelo Goiás, quando conseguimos levar o time para a Libertadores. E em 2013, quando, pelo Atlético-PR, com 39 anos, fui escolhido um dos melhores meias do Brasileiro”.
Os maiores professores
“Todos os técnicos me ajudaram muito e tenho gratidão por eles, mas destaco três: Tite, Geninho e Vagner Mancini. Os três têm características que eu quero ter quando for treinador”.
Números e curiosidade
– O 10º maior artilheiro do Campeonato Brasileiro com 109 gols
– 2º maior artilheiro da era dos pontos corridos na Série A, com 106 gols, sendo ultrapassado por Fred apenas no ano passado
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No Criciúma
173 jogos
79 vitórias
38 empates
56 derrotas
42 gols
56 cartões amarelos
5 vermelhos
27º jogador que mais atuou pelo clube
15º maior artilheiro do clube