Um aposentado de Florianópolis perdeu metade do 13º salário ao cair em um golpe pelo WhatsApp nesta segunda-feira (23). Salustiano de Alcantara Filho, de 73 anos, recebeu uma suposta mensagem da filha pelo aplicativo, para que depositasse R$ 1.680 destinados a pagar o conserto do celular que estaria na assistência técnica.
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Como o catarinense não tem acesso a aplicativos de bancos, ele se dirigiu até a agência bancária para transferir o valor. No local, segundo o que conta a esposa de Alcantara, Livia Bosa de Alcantara, o bancário chegou a perguntar sobre a certeza do depósito, mas o marido confirmou dizendo que as mensagens usavam o mesmo “tom” da filha.
— Ele chegou a pensar em ligar para ela, mas como o celular tava no conserto, não teria como — conta Lívia.
Salustiano recebeu parte do salário recentemente e não desconfiou ser golpe quando leu as mensagens. Ao perceber a situação, após o depósito, conversou com Lívia pelo WhatsApp, que estava em Criciúma, no Sul do Estado, com a filha.
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— Quando você começar a ler essa mensagem, fica sentada. Me levaram metade do meu 13º salário, aquele negócio do Pix lá no WhatsApp. A “suposta Flávia” me mandou mensagem dizendo que o celular estava quebrado e precisava pagar o conserto, e ela tava me chamando do jeito que ela me chama sempre e eu não soube fazer o Pix, aí fui no banco. O menino pediu pra confirmar os dados e eu confirmei. Foram embora R$ 1.680 — disse ele à esposa.
Antes de fazer o depósito, Salustiano chegou a mandar mensagem para Lívia pedindo que ela depositasse R$ 300 até que a filha devolvesse o dinheiro. Lívia conta que já havia falado com ele sobre esses golpes e que, em fevereiro, recebeu uma mensagem de golpe dizendo ser a mesma filha, mas não depositou nada.
— Dá um vazio, né? Uma insegurança — comenta Lívia.
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O número de golpes pelo Whatsapp cresceu 97% neste ano em comparação ao mesmo período do ano passado — janeiro a abril —, segundo dados da Polícia Civil. Cerca de 3.905 pessoas foram vítimas de algum tipo de enganação pelo aplicativo em 2022. Os números são apenas os registrados em B.O.
— As pessoas não se certificam de que aquilo é um golpe, o recomendado é não clicar em nada desconhecido para não entrar em situações em que o fraudador vai obter seus dados. Ou, se por algum acaso isso acontecer, não depositar o dinheiro em nenhum momento. Na dúvida, ligar para a pessoa para certificar se é ela mesmo — diz o delegado e diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Verdi Furnaletto.
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Entre janeiro e abril deste ano, Santa Catarina registrou 17.631 estelinatos via internet, incluindo redes sociais e sites. No mesmo período de 2021, foram 12.948 casos. Já entre janeiro a dezembro do ano passado, o número de ocorrências chegou a 44.765.
Veja como se proteger
- Desconfie quando a promoção está “fora do comum”
- Quando for comprar algo anunciado por um amigo nas redes sociais, procure falar com ele pessoalmente ou por ligação telefônica, não faça a comunicação somente pela internet
- Ao receber os dados para o depósito, confira se as informações são mesmo da pessoa que está anunciando e, caso não for, não faça a transação. Prefira o pagamento presencial
- Se receber links desconhecidos por qualquer meio na internet, não clique
- Procure sempre olhar a url dos sites e ter a certeza de que é o oficial
- Fique atento a mensagens de conhecidos ou familiares solicitando dinheiro, principalmente em contas com fotos de conhecidos e números diferentes
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