O corpo do músico Dominguinhos foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo desde as 6h desta quarta-feira. O velório seguiu até as 16h, informou a mulher do artista, Guadalupe Mendonça ao jornal O Globo. Por volta das 23h, o corpo de Dominguinhos segue para para Recife, onde deve ser velado na quinta e enterrado na sexta-feira.
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Guadalupe Mendonça ao lado do caixão de Dominguinhos
Foto: Vanessa Carvalho, Estadão Conteúdo
Considerado o maior sanfoneiro do país, Dominguinhos, de 72 anos, faleceu na tarde desta terça-feira em São Paulo. O cantor, compositor e instrumentista apresentava saúde frágil e lutava contra um câncer de pulmão há seis anos. O hospital Sírio Libanês informou à imprensa que o músico morreu às 18h em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas.
A cantora Guadalupe, casada com o músico, disse que passou a tarde com ele, ao lado de seu leito, dizendo o quanto era especial, o quanto ela queria que ele ficasse com a família. Juntos, ouviram ainda a música Casa Tudo Azul, do próprio Dominguinhos, a que seria a de sua despedida. “Casa tudo azul, eu me lembro de você / Mas hoje foi difícil lhe deixar / todo amor que havia em meu retrato podes ver / e tudo que eu vivi nesta janela vai passar.”
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– Ele partiu assim, lentamente, foi embora com os anjos – disse Guadalupe à Agência Estado.
No final do ano passado, Dominguinhos teve várias paradas cardíacas e foi hospitalizado com quadro de arritmia e infecção respiratória na capital pernambucana. Em 17 de dezembro, foi admitido no hospital Santa Joana, em Recife. Em 13 de janeiro, foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Desde então não deixou mais o hospital e o seu estado de saúde oscilou em vários momentos. Na segunda-feira, foi anunciada a sua transferência para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, devido a várias infecções.
Dominguinhos passou mal poucos dias após um show realizado no dia 13 de dezembro, em homenagem a Luiz Gonzaga (1912-1989), na cidade de Exu. Ele foi considerado pelo próprio Rei do Baião, o seu maior herdeiro. Foi dele que ganhou, ainda criança, uma sanfona e o nome artístico.
O compositor, sanfoneiro e cantor José Domingos de Moraes nasceu em Garanhuns, em Pernambuco. Sua carreira se estendeu por mais de 50 anos – a primeira gravação foi aos 16 anos, em um disco de Luiz Gonzaga. O artista coleciona prêmios, entre eles o Grammy Latino de Melhor Disco Regional, em 2002, com Chegando de Mansinho; o Prêmio da Música Brasileira, conquistado em 2008; e o Prêmio Shell de Música, em 2010. Entre suas composições mais conhecidas estão De Volta pro Aconchego, Isto Aqui Tá Bom Demais, Gostoso Demais (parcerias com Nando Cordel), Abri a Porta (com Gilberto Gil), Quem Me Levará Sou Eu (com Manduca), Eu Só Quero Um Xodó e Tenho Sede (ambas com Anastácia).
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