Passado um ano e cinco meses desde que a Defesa Civil interditou 53 casas nos loteamentos Henrique Heise 1 e 2, no bairro Rio da Luz, a situação da maioria dos moradores continua indefinida. Quem passa pelo local vê com facilidade as rachaduras no chão e nas paredes e o olhar preocupado de quem financiou a casa esperando se livrar do aluguel e, em vez de sossego, acabou ganhando uma grande dor de cabeça.

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De acordo com o presidente da Associação de Moradores do bairro Rio da Luz, Hélio Teixeira da Rosa, desde a interdição, apenas 11 famílias aceitaram sair do local. Em 2011, os moradores fizeram um acordo com a Prefeitura e trocaram as residências por apartamentos no Condomínio Dante Minel, no bairro Ribeirão Cavalo. Rosa diz que outras famílias teriam deixado o local e depois voltado por não terem para onde ir.

– A Prefeitura ofereceu os apartamentos, mas a maioria estuda e trabalha aqui perto e não queria ir morar do outro lado da cidade – comenta.

O secretário de habitação, Antônio Marcos da Silva, diz que a administração busca uma solução para as famílias. Uma das possibilidades é relocar os moradores para o Residencial Silvana Cleide Martins, no Rio da Luz. O condomínio deve ficar pronto no fim do ano e terá 80 apartamentos.

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Outra opção estudada é construir 25 novas casas em parceria com a Companhia de Habitação do Estado de Santa Catarina (Cohab) no loteamento Harmonia, no bairro Três Rios do Norte, composto por 70 unidades. De acordo com Silva, a Prefeitura também está fazendo um projeto para a construção de 800 casas sobrepostas, através do programa Minha Casa, Minha Vida. No momento, cinco terrenos são avaliados.

O secretário de Defesa Civil, Marcelo Prochnow, diz que os dois loteamentos estão entre as 19 áreas selecionadas para receber obras de prevenção com recursos do governo federal. De acordo com ele, o solo não é ideal para ocupação.

Chão rachado na casa de Maria de Lurdes

Os loteamentos Henrique Heise 1 e 2 possuem 90 moradias. O loteamento Henrique Heise 1, com 69 casas, foi entregue pela Prefeitura em 2002. O Henrique Heise 2, com 21 unidades, começou a ser construído em 2007, mas foi danificado com as enchentes de 2008 e liberado em 2009, após uma drenagem realizada por orientação da Defesa Civil.

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Quando se mudou para uma casa no loteamento Henrique Heise 2, em 2009, a diarista Maria de Lurdes Souza Nunes, 36 anos, percebeu que haviam fissuras no piso. Com o passar do tempo e as chuvas, o problema piorou. Hoje, todo o chão está rachado e a parede do quarto dos cinco filhos está inclinada e com infiltrações.

– Não saímos porque meu marido é pedreiro e seria difícil achar serviço no bairro Ribeirão Cavalo. Mas quando chove, a gente fica com medo – diz.

No ano passado, o Tribunal de Contas de Santa Catarina abriu ação contra a Prefeitura exigindo uma solução para o problema das famílias. A administração foi notificada há cerca de dois meses e enviou documentação ao TCE informando sobre as providências que estão sendo tomadas.

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