Após três semanas, menos de 10% das crianças receberam vacina contra Covid em SC

Desde 15 de janeiro, data em que a imunização do público infantil começou em Santa Catarina, 46.241 crianças que têm de 5 a 11 anos receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, segundo dados presentes no vacinômetro do governo do Estado. 

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O número representa 7,19% da população nessa faixa etária, que, de acordo com estimativa do IBGE 2020, é de 642.800 crianças.  

De acordo com os dados mostrados no sistema do Estado, nesta terça-feira (8), Florianópolis é a cidade com maior número de doses contra o coronavírus aplicadas em crianças, são 12.485 no total. Em Chapecó, 2.667 crianças receberam a primeira dose da vacina; 1.750 foram vacinadas em Lages; 1.108 em Criciúma; 610 em Joinville e 485 em Blumenau. 

Em contato feito com a nossa reportagem, a prefeitura de Blumenau afirmou que, até esta terça-feira (8), mais de 4,7 mil crianças tinham sido vacinadas na cidade. O número, que contrasta com os dados do sistema do Estado, representa 15,8% das 30 mil pessoas de 5 a 11 anos no município.  

Segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde – ligada ao Ministério da Saúde – 2.922.701 crianças foram vacinadas contra a Covid-19 no país e Santa Catarina é o Estado da região Sul que menos vacinou esse público até o momento. No Paraná, 85.178 crianças receberam a primeira dose do imunizante e no Rio Grande do Sul, o número dos vacinados de 5 a 11 anos é de 77.992. 

São Paulo é o estado do Brasil que mais vacinou as crianças seguido pela Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Santa Catarina.

Baixa vacinação pode atrasar combate a pandemia, diz especialista 

Para o médico infectologista e professor da Univille, Tarcisio Crocomo, a baixa adesão a vacinação das crianças pode atrasar o combate a pandemia. Isto porque, com uma população desprotegida, o vírus continua em circulação, principalmente com a chance do surgimento de novas variantes. 

— Essa baixa adesão pode impactar os nossos indicadores relacionados a morbidade e mortalidade da doença impactando ainda mais nosso já precário sistema de saúde. Nosso Estado não foge a essa grave situação. Outra preocupação, são as taxas de internação em crianças por covid que tem crescido, isso em função do virus circular nessa faixa etária — explica. 

O especialista salienta, ainda, que o principal motivo para a queda na cobertura vacinal são os movimentos anti-vacina, que duvidam da eficácia dos imunizantes. 

— As atitudes negacionistas infelizmente tem trazido um prejuízo enorme na estratégia de combate a pandemia. As vacinas disponíveis são comprovadamente seguras, avaliadas pela ciência séria. Estamos num momento importante no sentido de sairmos dessa situação pandêmica. Agora que o cerco se volta a faixa pediatrica, não se pode colocar a perder toda estratégia usada até então — reforça. 

Vacinação em SC

Nesta terça-feira (8), mais 80.080 doses pediátricas foram distribuídas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) aos municípios. Cada cidade é responsável pela logística e definição de locais e horários de aplicação das vacinas. 

Segundo a Dive, a vacina aplicada nas crianças tem 10 microgramas por dose, equivalente a um terço da fórmula “padrão”. Os imunizantes são identificados com uma tampa laranja, diferentemente das vacinas utilizadas para pessoas com 12 anos ou mais, que têm uma composição de 30 microgramas por dose e são identificadas com uma tampa roxa.

Para receber o imunizante em Santa Catrarina, a criança deve estar acompanhada pelos pais e/ou responsáveis e é necessário apresentar um documento de identificação. Não é preciso apresentar receita médica para aplicação da vacina.

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