Moradores da Grande Florianópolis que convivem com a falta de água desde julho podem ter comemorado a chuva que caiu na região nos últimos dias, mas o volume ainda não foi o suficiente para mudar o cenário da estiagem que afeta o abastecimento de água da região metropolitana nos últimos meses. Conforme a Casan, a atual estiagem é a pior e mais duradoura desde que a companhia tem registro.
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Conforme o superintendente da Casan na região metropolitana de Florianópolis, o engenheiro Joel Horstmann, o volume de captação de água no Rio Vargem do Braço (também chamado de Pilões), em Santo Amaro da Imperatriz, está 49% abaixo do normal — o pior índice dos últimos meses. Nos últimos dias choveu cerca de 44 milímetros em Florianópolis, mas na região de captação de água o volume ficou apenas em 13mm.
— Para normalizar a situação aqui seria preciso uma chuva constante por dois ou três dias, com pelo menos 100 milímetros. O abastecimento nós estamos controlando com manobras na rede e com o aumento da captação no Rio Cubatão, que foi menos afetado e está com o nível normal — explica Horstmann. Conforme a Casan, moradores de pontos mais altos e do fim das redes podem enfrentar momentos de falta de água ainda.
No ponto de captação de água no Rio Vargem do Braço o cenário deixa claro o momento de estiagem. Onde a água deveria estar vertendo pela barragem e cobrindo todo o leito, atualmente é possível ver as pedras e pouquíssima água.
Ações para evitar problemas no futuro
Além das ações feitas em agosto com a compra de novas bombas e o aumento da vazão no Rio Cubatão, o que amenizou a falta de água para os moradores da Grande Florianópolis, a Casan diz que também está atacando os vazamentos e perdas na rede.
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Atualmente a companhia tem um índice de 40% de perdas, entre vazamentos e as chamadas perdas comerciais (com ligações irregulares, por exemplo). Para isso, há cerca de 15 dias houve a contratação de uma empresa para dar respostas mais rápidas aos vazamentos. Contratada por R$ 1,8 milhões para o período de um ano, a empresa deve ajudar a Casan a evitar que vazamentos na rede durem mais de 24 horas sem solução.
Além disso, a solução de longo prazo para os problemas com a estiagem deve ser a instalação de novas adutoras e o aumento da capacidade de captação de água no Rio Cubatão, que tem uma bacia maior.
Horstmann diz que a licitação está sendo feita e, com o aumento previsto no Cubatão, uma estiagem igual a atual não seria sentida pelos moradores da Grande Florianópolis no futuro. Atualmente 75% da água usada na região vem do Rio Vargem do Braço, contra 25% do Cubatão. Inverter essa conta é o projeto da companhia.
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