Não poderia existir presente melhor. Joinville, desde 1950 a Cidade das Bicicletas, mais uma vez terá parte dessa história detalhada em um acervo com mais de 16 mil peças. Depois de três anos fechado, o Museu da Bicicleta (MuBI) será reaberto ao público no aniversário da cidade, em 9 de março. O espaço passou por reformas e continua localizado no armazém de cargas, na Estação da Memória.

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Uma reparação com a comunidade joinvilense. Assim definiu Valter Bustos, o coordenador e dono do acervo do MuBi.

– Estamos devolvendo à cidade algo que é dela. Estamos nos reparando com as escolas, com os visitantes do mundo inteiro que nos procuram e com os moradores de Joinville -, avaliou.

Antes mesmo de abrir as portas, revelou o coordenador, já há visitas marcadas com turistas estrangeiros.

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– É o único museu da bicicleta da América do Sul. E, além das bicicletas – carinhosamente chamadas de “zicas” em Joinville -, temos um acervo incrível, com buzinas, campainhas e até caixas de fósforos decoradas com bicicletas -, avisou.

Entre as novidades, o coordenador adquiriu um antigo desejo: a bicicleta que o padre joinvilense Valdo usou para viajar pelo mundo. Ele saiu de Joinville em 2009 e em 2010 foi encontrado morto no México. A bicicleta foi trazida no ano passado e agora estará exposta no MuBI.

O museu passou, ainda, por mudanças. O piso foi melhorado; as paredes, pintadas, e a estrutura elétrica, reformada.

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– Foram pouco mais de dois meses de trabalho para podermos devolver à cidade um museu referência no País -, garantiu o presidente da Fundação Cultural, Rodrigo Coelho.

Uma equipe de técnicos da área museológica foi montada para ajudar na catalogação e legalização do acervo.

Para o diretor executivo da fundação, Joel Gehlen, que acompanhou de perto a situação do MuBI, a reabertura traz diferentes diálogos para a cidade. O primeiro é com o passado, pelo fato de a cidade ter tido o maior número per capita de bicicletas na década de 50.

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– A bicicleta está na afetividade de Joinville.

Outra relação é com a mobilidade urbana porque a bicicleta representa uma alternativa de locomoção.

– Ainda há o fascínio que ela exerce como um objetivo de desejo em algum momento de nossas vidas e o benefício que traz à saúde -, pontua Gehlen.

– Todos esses diálogos se encontram no Museu da Bicicleta, que é um espaço de memória e também de inspiração de comportamentos que têm a bicicleta como elemento do dia a dia -, completa o diretor.

Segundo ele, o visitante sai de lá com o desejo de andar ou de, no mínimo, respeitar mais o meio de locomoção.

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O ACERVO

16 mil peças, entre bicicletas, fotografias, quadros, miniaturas, troféus, buzinas e campainhas.

A bicicleta mais antiga é de 1907 – um modelo Idealle.

O museu ainda conta com uma bicicleta que pode andar nos trilhos dos trens. Ela foi produzida pela equipe de Valter Bustos, no próprio museu.

REINAUGURAÇÃO

9 de março, aniversário de Joinville, às 10 horas.

A Estação da Memória ainda vai ter exposição de carros antigos e o mercado de pulgas.

A entrada será gratuita.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Terça a sexta-feira: 9 às 18 horas.

Sábados, domingos e feriados: 12 às 18 horas

Entrada é gratuita.