O governo sírio negou nesta quinta-feira as informações de parte da imprensa e dos rebeldes segundo as quais o comboio do presidente Bashar al-Assad teria sido atacado quando seguia para uma mesquita de Damasco, para celebrar a festa de Eid Al Fitr, que marca o fim do Ramadã.
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Emboscada do exército sírio mata 62 rebeldes
– Sobre as informações transmitidas pela Al-Arabiya, posso garantir que são totalmente falsas – afirmou o ministro da Informação, Omrane al-Zohbi, em uma entrevista ao canal estatal sírio a respeito de uma notícia divulgada pela emissora árabe por satélite.
Esta é a primeira vez que o governo cita um ataque contra Al-Assad desde o início do conflito na Síria, há mais de dois anos, entre o exército e os insurgentes que tentam derrubar o regime.
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– O presidente dirigia o veículo. Assistiu à oração e saudou as pessoas – afirmou Al-Zohbi.
As informações sobre um ataque são “uma projeção dos sonhos e das ilusões de certos meios de comunicação e dos governos que estão por trás deles”, disse o ministro.
Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), nesta quinta-feira obuses atingiram a área de Malki, no centro de Damasco, perto da mesquita donde estava Assad, mas não provocaram danos ou vítimas.
Um grupo de rebeldes e militantes contrários ao regime, citados pelo canal árabe, afirmou que os disparos tinham como alvo o comboio de Assad nesta área próxima da mesquita de Anas Ben Malek, onde aconteceu a oração de Eid al Fitr.
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A Al-Arabiya é um canal financiado pela Arábia Saudita, um dos principais apoios dos rebeldes que tentam há mais de dois anos derrubar o regime de Bashar al-Assad.
Nas imagens da emissora estatal, o presidente sírio, sentado ao lado de outras autoridades, apareceu sorridente e tranquilo durante a cerimônia que marca o fim do Ramadã.
Assad tem um apartamento e um escritório em Malki, um bairro da capital síria que conta com grandes medidas de segurança.
O presidente sírio apareceu poucas vezes em público desde o início do conflito, desencadeado em março de 2011 por uma violenta repressão das manifestações que exigiam reformas democráticas.
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Mais de 100 mil pessoas morreram, segundo a ONU, na guerra que devastou o país e provocou a fuga de milhões de sírios.
Assad, que chama de “terroristas” os rebeldes e denuncia o apoio que recebem de países estrangeiros, reiterou no domingo a determinação de derrotar com “mão de ferro” a rebelião formada por desertores e civis que tomaram armas, apoiada por combatentes jihadistas estrangeiros.
Apesar dos esforços dos Estados Unidos e da Rússia, uma aliada do regime sírio, para organizar uma conferência de paz internacional em Genebra, o conflito não dá trégua.
O presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que apoiam a oposição a Assad, conversaram na quarta-feira por telefone e concordaram com a “importância de respaldar uma (oposição) unificada e ampla”.
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Mas também discutiram o “perigo representado pelos extremistas estrangeiros na Síria”, segundo um comunicado da Casa Branca.
No mesmo dia, o número dois da CIA, Michael Morell, disse que a guerra na Síria constitui a principal ameaça contra a segurança dos Estados Unidos e expressou o temor de que o país vire um novo refúgio para a Al-Qaeda.