O cão desenterrado no Sul de Santa Catarina no final de semana, após ser resgatado por voluntários, foi encaminhado a um hospital veterinário. Ele passou o sábado e o domingo na sede da Organização Protetora dos Animais (OPA) de Balneário Rincão, e na segunda, foi internado. Além de uma leve desidratação, o cão vai tratar um tumor venéreo transmissível (TVT).
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O médico veterinário Arthur Petroli, responsável pelo caso, disse que o cão também tem sequelas neurológicas leves causadas pela cinomose, doença grave e muitas vezes fatal. No momento, o foco é cuidar do TVT, que está em grau avançado. O câncer será tratado com sessões de quimioterapia nos próximos dois meses.
Cão estava desaparecido, conta tutor
No domingo, um voluntário da ONG reconheceu o cão e foi até a casa do tutor dele, para tentar entender o que houve. Marciel Silveira Gomes ficou surpreso com a história, e contou que não via o cão há dois dias.
— Eu não estranhei pois como é macho, costuma sair e ficar uns dias fora, depois volta. Ele me contou que tinham enterrado ele, fiquei apavorado, à noite não conseguia dormir pensando nos outros cães, acordava para ver se estavam bem — contou.
Marciel é novo na vizinhança, mora ali há menos de um mês, e por isso não conhece muito bem o bairro. Ele disse que o nome do cão é Flecha, pois ele gosta de correr, e que pretende levar o cão de volta para casa quando ele melhorar. O voluntário que salvou Flecha, Realdo Soares Pacheco, torce para que o cão fique na ONG.
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— Eu encontrei o cachorro enterrado, com o outro cavando o focinho dele. A intenção é adotar ele, vou querer ficar com ele pra mim. Se a gente não conseguir amar um animal, não tem condições de amar um ser humano — reflete.
Destino de Flecha será definido após tratamento
Depois que o cão terminar o tratamento, a presidente da OPA Mila Duarte vai conversar com Marciel para que eles decidam juntos o destino de Flecha. Como a casa onde ele vive não é cercada, os cães acabam saindo e podem se expor novamente a riscos. Mila disse que a decisão será conjunta, mas se puder, quer que Flecha se torne o mascote da OPA.
— Antes de devolver para o dono, a gente precisa ver se é seguro para ele. Não pelo dono, ele é gente boa, mas tem que ver as condições. A gente tem que descobrir quem fez isso, não pode ficar impune — defende Mila.