O Quênia inicia nesta quarta-feira o luto nacional de três dias após o ataque ao shopping de luxo Westgate de Nairóbi por um grupo islamita, que deixou pelo menos 67 mortos, e onde os serviços de resgate buscavam entre os escombros corpos e explosivos.
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Vários países, incluindo o Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Alemanha e Canadá participam das investigações, indicou o ministro do Interior, Joseph Ole Lenku.
Durante o cerco, Israel, Estados Unidos e Reino Unido apoiaram as forças quenianas sem intervir diretamente.
No local, socorristas e soldados, protegidos com máscaras e lenços, procuram possíveis novas vítimas.
Pelo menos 61 civis, seis membros das forças de segurança quenianas e cinco terroristas morreram no ataque iniciado sábado e que chegou ao fim na terça-feira à noite. Várias pessoas estão desaparecidas e 240 ficaram feridas, segundo um novo registro do Ministério da Saúde.
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O registro de mortos deve aumentar. Ao menos 71 pessoas ainda estão desaparecidas, segundo a Cruz Vermelha. Além disso, pode haver outros estrangeiros que tiveram seus desaparecimentos registrados nas embaixadas de seus países.
Os radicais islâmicos shebab da Somália, ligados à Al-Qaeda, anunciaram no Twitter que 137 reféns tinham morrido na ação.
O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, e seu governo “devem ser considerados responsáveis pela perda das vidas de 137 reféns nas mãos dos mujahedines”, afirma a mensagem dos islamitas.
Eles também acusaram as forças quenianas de terem utilizado “gás químico” para acabar com o ataque e de terem “provocado o desabamento do edifício, para enterrar as provas e todos os reféns sob os escombros”.
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Um soldado que havia entrado no shopping terça-feira, nas primeiras horas dos confrontos, contou ter visto “sangue por todos os lados”.
– Os corpos estavam queimados e alguns, em decomposição – afirmou.
As identidades dos membros do grupo – de 10 a 15 pessoas, segundo Nairóbi – e o que aconteceu a eles continuam a ser grandes pontos de interrogação.
Logo após o início da crise, houve rumores sobre o envolvimento de combatentes estrangeiros, incluindo americanos e britânicos.
Segundo as autoridades quenianas, onze suspeitos do ataque foram detidos, incluindo um britânico.
– Podemos confirmar a detenção de um cidadão britânico em Nairóbi – confirmou uma porta-voz do Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores), antes de informar que existem conversas “para oferecer assistência consular de rotina”.
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A porta-voz não informou se o detido é homem ou mulher. Fontes da diplomacia queniana afirmaram na terça-feira que havia uma cidadã britânica entre os terroristas, levando a entender que seria Samantha Lewthwaite, de 29 anos, filha de um militar britânico e viúva de um dos autores dos atentados de Londres em 2005.
Conhecida como “a viúva branca”, essa muçulmana convertida era casada com Germaine Lindsay, um dos quatro homens-bomba que atacaram a rede de transportes públicos de Londres em julho de 2005, em uma ação que matou 52 pessoas.