Após rebaixar a previsão de crescimento do país em 2014 para 1,8%, o Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que o Brasil pode precisar de novas altas de juro para conter a inflação. A pressão de preços permanece e pode ser reforçada, destaca o relatório “Perspectiva Econômica Global”, divulgado nesta terça-feira, 8, que também recomenda ajustes fiscais no país, investimento em infraestrutura e mais seletividade nas intervenções do mercado de câmbio. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na semana passada, a Selic teve aumento de 0,25 ponto percentual, passando para 11% ao ano.
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– Apesar de as taxas terem sido elevadas em muitos países no último ano, aperto adicional pode ser necessário para combater a inflação – destaca o relatório ao falar de política monetária, mencionando Brasil, Índia e Indonésia. Nestes países que a pressão para a alta de preços se mantém e pode ser reforçada.
O Fundo recomenda “aperto de políticas” no Brasil além dos ajustes fiscais já citados. A consolidação fiscal, destaca o relatório, ajudaria a reduzir pressões da demanda doméstica e diminuir os desequilíbrios externos. O ajuste também seria útil para baixar a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB). Em relação à infraestrutura, o FMI recomenda que o país resolva os estrangulamentos.
No caso do mercado de câmbio, o FMI recomenda “intervenções mais seletivas”, usadas principalmente para limitar a volatilidade do real e prevenir “condições desordenadas no mercado”. Países com desequilíbrios em indicadores macroeconômicos tendem a ser mais afetados pela normalização da política monetária nos países desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos, destaca o Fundo.
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