Pouco mais de 12 horas após a Petrobras ter anunciado reajuste da gasolina e do diesel nas refinarias, os proprietários de postos de combustíveis em Santa Catarina disseram ter sentido aumento de R$ 0,12 e R$ 0,17. De acordo com os representantes dos sindicatos catarinenses, o repasse das distribuidoras foi imediato – diferentemente do que aconteceu em outubro, quando a estatal havia anunciado duas reduções consecutivas que não tiveram efeito aos consumidores nas bombas.

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O diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis Joel Fernandes garante que o preço vai subir para os

motoristas até esta quarta-feira.

– Já recebi gasolina custando 12 centavos mais caro e isso vai ser repassado. Quando é para descer, as distribuidoras que vendem para os postos não repassam para o revendedor. Eles seguram. Quando é para subir, sobe já no dia seguinte – diz.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb), Júlio Cézar Zimmermann, avalia que os postos da cidade devem repassar mais um reajuste até o final do ano. Os empresários locais alegam que já estão pagando de R$ 0,12 a R$ 0,15 a mais no litro da gasolina, e até R$ 0,17 no óleo diesel, e que a consequência disso será outro aumento no ICMS.

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– O reajuste pegou todo mundo de surpresa. Não estávamos esperando esse novo reajuste. É uma notícia desagradável e, se contarmos o ICMS, que é a fatia do governo, é possível imaginar um aumento de mais quatro centavos até o fim do ano – avalia Zimmermann.

Conforme o presidente, o que já era complicado vai ficar ainda pior no mercado com o novo preço que já está nas bombas.

– A venda está caindo pelo menos 20% e vai continuar ladeira abaixo. São pelo menos 10 postos fechados no Vale do Itajaí nos últimos meses porque não têm como sobreviver. É uma situação delicada para o nosso negócio e para o consumidor que acaba impactado – finaliza.

Procon diz que não há preço abusivo

Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), Reinaldo Geraldi, diz que o aumento pode oscilar entre R$ 0,13 e R$ 0,19. Ele ainda justifica a variação de preço dos combustíveis no último mês movida pela Petrobras:

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– As reduções anunciadas recentemente não tiveram reflexo devido à alta do etanol, chegando em alguns casos a R$ 0,35 por litro.

No último levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), feito em 245 postos entre 27 de novembro e 3 de dezembro, o preço médio do combustível em SC estava R$ 3,549. O preço mínimo a

R$ 3,189 e máximo a R$3,899.

A reportagem procurou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) e o Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom), mas ambos não retornaram as ligações e e-mails.

O Procon de Santa Catarina garante estar acompanhando a variação dos preços dos combustíveis. O órgão estadual lembra que aderiu à campanha nacional Pesquisou, baixou. O diretor estadual do serviço ao consumidor Maykon Baldessari diz que de outubro a novembro, o Procon-SC monitorou o preço dos combustíveis em 138 postos de gasolina, mas nenhuma transgressão do Código de Defesa do Consumidor foi constatada, ou seja, não foi comprovado preço abusivo a partir das notas fiscais de compra das distribuidoras e de venda aos consumidores finais. (Colaborou Augusto Ittner)

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