Quatro grandes obras iniciadas em Joinville estão inacabadas ou parcialmente inutilizadas. Cerca de R$ 73 milhões já saíram dos cofres públicos para a construção do campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), às margens da BR-101; pavimentação da Estrada Rio do Morro, que liga a BR-280 à rua Monsenhor Gercino, na zona Sul; no contorno ferroviário, que retira a linha férrea da área urbana de Joinville; e na hidrovia do rio Cachoeira, que viabilizaria o transporte de passageiros entre Joinville e São Francisco pela baía da Babitonga.
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A pavimentação da Estrada Rio do Morro é a obra que parece mais próxima de um retorno, provavelmente no início de 2018. A cada paralisação ou adiamento, perdem-se tempo e dinheiro, os orçamentos são revistos e os valores das obras, muitas vezes, reajustados. Uma longa espera que gera desconfiança, desconforto e prejuízos à população, que perde a chance de utilizar os benefícios prometidos pelas obras.
O que é a obra?
A obra prevê a pavimentação da Estrada Rio do Morro, entre Joinville e Araquari. São 9,5 quilômetros de extensão que começam no final da rua Monsenhor Gercino, no bairro Paranaguamirim, em Joinville, e se estendem até a saída para o km 30 da BR-280. A obra é vista como uma alternativa para desafogar o trânsito da rodovia federal entre as duas cidades.
Quem é responsável pela obra?
O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra).
Qual é o valor estimado para a obra?
A previsão inicial era de R$ 15,9 milhões para realizar a obra. Com a reformulação do projeto, o valor ainda será atualizado.
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Quais são os cronogramas anunciados?
A obra foi licitada em junho de 2010, mas houve problemas burocráticos e falta de recursos para ser executada. A ordem de serviço para a pavimentação foi assinada em outubro de 2012, mas as obras começaram no ano seguinte. A previsão de conclusão era para 15 meses. Após a paralisação das obras no ano passado, havia a previsão de que uma nova licitação seria aberta no primeiro semestre de 2017, mas ela ainda não foi realizada.
O que foi feito até agora?
A pavimentação foi concluída em 8,3 quilômetros de extensão ou 75% do projetado. O restante da obra, em três trechos curtos, ainda não foi finalizado.
Qual é o valor investido até agora?
Desde 2012, o Estado já investiu R$ 11,9 milhões.
Por que está parada?
Em 2012, quando houve a assinatura da ordem de serviço, o Estado afirmou que a demora de dois anos para o início da obras foi por causa de entraves burocráticos e falta de dinheiro. Em 2016, a empresa que realizava a obra desistiu e houve a rescisão de contrato amigável com o governo do Estado em março. Desde então, ainda não houve uma nova licitação.

O que se espera para o futuro? Há novos prazos de conclusão? Ainda há recursos garantidos?
Dois dos trechos que estão sem obras ficam situados na passagem dos trilhos ferroviários. O primeiro deles, localizado nas proximidades da Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, em Araquari, tem cerca de 200 metros de estrada de chão. Um quilômetro à frente, na linha de passagem da linha férrea, há outro ponto sem obras. O terceiro trecho, no último quilômetro de acesso à rodovia federal, também não está finalizado.
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O Deinfra diz que concluiu a reformulação do projeto e está finalizando o orçamento da obra dos serviços remanescentes. A nova licitação será lançada em 15 dias e depois de escolhida a nova empresa, ela terá o prazo de um mês para iniciar as atividades. Segundo o Deinfra, há R$ 4 milhões de saldo do contrato inicial para a conclusão da obra, mas como haverá a atualização do custo total, é possível que sejam necessários mais recursos. O departamento destaca ainda que os problemas com desapropriação em dois trechos restantes estão resolvidos.
No trecho remanescente, serão feitos uma ponte, serviços de terraplenagem, pavimentação, sinalização e obras complementares, como canaletas, bueiros, sarjetas e drenagem. Também será necessária a construção de uma passagem de nível sobre a ferrovia e de um trevo de acesso à BR-280, com aprovação junto ao DNIT.
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