Após quase um ano e meio de investigações, a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) finalizou o inquérito referente aos supostos pagamentos irregulares efetuados pela Celesc à empresa de cobrança terceirizada Monreal. Ao todo, 13 pessoas foram indiciadas pela polícia civil.

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O documento foi enviado em outubro ao Fórum da Capital e, ontem, encaminhado para análise do Ministério Público (MP-SC), que pode protocolar denúncia contra os envolvidos.

Entre os indiciados estão gestores de contratos firmados entre as duas companhias, além de diretores e funcionários de alto escalão que trabalhavam na Celesc na época das irregularidades. A conclusão do inquérito resultou em uma documentação com cerca de 120 volumes.

O delegado responsável pelo caso, Valter Watanabe, não deu detalhes sobre os crimes que os suspeitos teriam cometido. Limitou-se a dizer que houve uma análise rigorosa sobre a conduta dos envolvidos e que agora cabe ao MP-SC dar continuidade ao processo.

No Ministério Público, o promotor de Moralidade Administrativa e autor do inquérito civil, Aor Steffens Miranda, disse que, a partir da apuração policial, terá mais subsídios:

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– Possivelmente a ação de improbidade e ação penal vão sair juntas. Da nossa parte, haverá uma denúncia contra alguns dos nomes indiciados pela polícia.Houve irregularidades, mas precisamos acumular provas. Precisamos saber aonde foi parar todo o dinheiro que a Celesc pagou à Monreal – disse Miranda, que pretende concluir a análise do inquérito até fevereiro do ano que vem e protocolar a denúncia no Fórum.

*Colaboraram Claudia Nunes e Felipe Pereira

CONTRAPONTOS

O que dizem os indiciados:

Adriano Lima Medeiros

Alegou que não foi notificado e por isso não tem conhecimento do que é acusado. Diz que foi gestor ne Celesc em 2004 e que durante o período que trabalhou na empresa não houve nenhum ato ilícito.

Antonio dos Santos

Não foi localizado pela reportagem.

Carlos Rodolfo Schneider

Presidente da Celesc entre 2003 e 2005 está viajando. Seu advogado diz que está preparando a defesa de Schneider caso haja denúncia.

Cláudio Sebastião de Oliveira

Dono da Dogma, empresa terceirizada para examinar os dados de cobrança da Celesc, preferiu se manter em silêncio.

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Eduardo Carvalho Sitonio

Soube do indiciamento pela reportagem e vai estudar com o advogado quais providências tomar. Acrescentou que tem

ciência de todas as atitudes tomadas e se sente tranquilo de que tudo foi feito.

Francisco Eider de Figueiredo

Não atendeu aos contatos telefônicos.

Gerson Pedro Berti

Soube do indiciamento pela reportagem e disse que precisa conversar com o advogado antes de se manifestar.

Heitor Luis Breda

Não foi localizado pela reportagem.

Ivonei Silveira

Não atendeu às ligações da reportagem.

José Affonso da Silva Jardim

Ex-diretor de gestão, declarou que vai se inteirar dos fatos antes de se manifestar.

Miguel Ximenes de Melo Filho

Presidente da Celesc entre 2005 e 2007 não quis se pronunciar sobre o caso.

Octávio Acácio Rosa

Diretor jurídico da Celesc entre 2003 e 2006, disse que só irá se manifestar quando for oficialmente notificado

Ricardo dos Anjos

Não foi localizado pela reportagem.

O que dizem as empresas

Celesc

O atual presidente da estatal, Cleverson Siewert, diz que foram tomadas todas as providências na época e que todos os órgãos de controle atuaram. A Celesc espera para que os processos administrativos abertos sejam finalizados.

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Monreal

Os advogados e os proprietários da empresa não foram localizados pela reportagem do Diário Catarinense.