Após quase três meses, polícia conclui inquérito sobre morte de estudante em Joaçaba

Quase três meses depois da morte da estudante Kátia Bessegato, 23 anos, em Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, a polícia concluiu o inquérito sobre o caso nesta quinta-feira. O documento já foi entregue ao Judiciário e aponta o ex-namorado da vítima, Junior Piovesan, 21 anos, como o principal suspeito.

O rapaz está detido no Presídio Regional de Joaçaba em regime temporário. O delegado responsável pelo caso, Maurício Pretto, solicitou ao Judiciário o pedido de prisão preventiva.

Para a polícia, Piovesan teria cometido o crime. Ele está sendo indiciado por homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, meio cruel e sem chances de defesa à vítima. E ainda deve responder por fraude processual, por suspeita de ter modificado a cena do crime para dificultar o trabalho dos policiais. A pena varia de 12 a 30 anos de prisão.

O inquérito, que tem 260 páginas, 32 depoimentos e cinco quebras de sigilo telefônico, aponta que as brigas frequentes do casal, que namorava havia cerca de nove anos, podem ter motivado o crime. De acordo com depoimentos, Piovesan costumava sair sem a companhia de Kátia.

No dia do crime, 24 de abril, o rapaz estava em uma festa e contou à polícia que, ao chegar em casa, encontrou a namorada morta. A versão teria sido controversa nos demais depoimentos prestados pelo suspeito.

– Pelos depoimentos, acreditamos que o crime possa ter sido premeditado – revela o delegado.

A polícia aguardava a conclusão dos laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) e a autorização das operadoras para quebra de sigilo telefônico do suspeito e da vítima para concluir o inquérito.

O crime

O casal morava em um apartamento na rua Angelo Scarpetta, no bairro Cruzeiro do Sul, em Joaçaba.

Conforme o delegado, Piovesan se tornou violento e agressivo nos dois meses que antecederam a morte da namorada. As amigas de Kátia falaram em depoimento que ela vinha reclamando do comportamento do companheiro.

No dia 24 de abril, foi ele quem chamou a polícia para informar que a namorada havia sido morta. Quando os peritos chegaram ao local, a jovem estava caída em frente ao apartamento com quatro facadas.

O rapaz foi preso na casa dos pais, em São João da Urtiga, no Norte do Rio Grande do Sul, em 20 de maio.