O xerife, o capitão, um dos destaques dos acessos da Chapecoense para a Série B, em 2012, e da Série A, em 2013, por pouco não abandonou o futebol. Rafael Lima chegou a ficar um ano desempregado, teve auxílio dos familiares para sobreviver e já tinha até pensado em abandonar o futebol. Mas aí a Chapecoense, um clube que aposta no potencial de jogadores que estão em baixa na carreira, viu naquele zagueiro da Segunda Divisão do Catarinense um futuro ídolo.
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Rafael Lima amargou a reserva durante muito tempo até ser alçado a titular na Era Dal Pozzo. Ele ajudou a Chapecoense e saltar da Série C, em 2012, para a Série A. Com Rafael Lima, a Chapecoense teve a melhor defesa da Série C em 2012 e a segunda melhor da Série B em 2013.
No ano passado, quando começaram a surgir propostas de times da Série A para jogadores do Verdão, Rafael Lima pediu a palavra no vestiário e disse:
– Vocês querem jogar a Série A, eu também quero, vamos todos subir juntos – conclamou.
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Jogadores como Bruno Rangel, Fabinho Alves, entre outros, ouviram o capitão e cumpriram o acordo. Agora, com contrato renovado até 2016, Rafael Lima quer dar muitas alegrias à Chapecoense. Confira a entrevista que ele concedeu ao Diário Catarinense.
Diário Catarinense – Como você avalia o início da Chapecoense no Campeonato Brasileiro?
Rafael Lima: O início na minha opinião foi muito bom. O ritmo da Série A é totalmente diferente do Catarinense. Temos novos jogadores chegando e se incorporando. O importante é ir somando pontos,
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DC: Como é para você comemorar 100 jogos pelo clube?
Rafael Lima: É extremamente gratificante. Quando cheguei o time estava na Série C e em dois anos subiu a Série A. Apesar das dificuldades no caminho foi emocionante chegar a esta marca. Ao entrar em campo contra o Coritiba olhei para a arquibancada e veio o sentimento de que ajudei a construir aquilo. Ela foi construída graças aos resultados que conseguimos em campo. Senti que em campo eu ajudei a colocar cada tijolinho.
DC: Você falou que viveu uma fase bem difícil antes de jogar na Chapecoense, ficou desempregado…
Rafael Lima: Comecei no Figueirense, depois fui para os Emirados Árabes e, quando voltei, fiquei um ano desempregado. Fui para o Inter de Santa Maria e não recebi. Ainda fui jogar no Hercílio Luz e decidi que seria meu último clube. Conversei com minha família e decidi que iria parar de jogar futebol e voltar a estudar. Aí o Jean Carlos e o Pedro Ayub me indicaram para a Chapecoense. Fiquei de oito a nove meses na reserva, pois a Chapecoense tinha a melhor defesa do estado com Souza, Leonardo, Dema e Fabiano. Quando o Gilmar chegou eu virei titular e só não joguei por causa de suspensão.
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DC: Qual o jogo mais marcante na Chapecoense?
Rafael Lima: Foi no jogo contra o Bragantino no ano passado, que culminou no nosso acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro. Muita gente não acreditava em nós e com união conseguimos. Foi marcante.
DC: Você não pensa em sair, teve propostas?
Rafael Lima: Tenho um projeto de vida e esse projeto passa pela Chapecoense na Série A. Não fiquei satisfeito só como acesso. Tive propostas no início do ano de clubes como Atlético-PR, Ponte Preta e Coritiba. Mas optei por renovar meu contrato que vai até 2016. Se um dia tiver uma proposta boa para mim e para o clube, posso sair. Mas no momento isso não passa pela minha cabeça. Estou focado em manter a Chapecoense na Série A.
DC – O que você lembra do jogo do ano passado contra o Sport e o que você espera deste novo confronto, agora pela Série A?
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Rafael Lima – Esse jogo foi um dos mais emocionantes. Estávamos perdendo até os 43 minutos do segundo tempo. Mas em momento algum a gente deixou de acreditar. E fomos felizes que o Bruno Rangel fez os dois gols da virada. Lembro que o Cadu e o Chinho desceram antes das arquibancadas e não viram o resultado. Estavam comemorando o empate só depois ficaram sabendo da vitória.