O Ministério da Saúde confirmou no início da noite de quinta-feira a decisão de manter a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão da pasta dedicado ao atendimento de comunidades indígenas em todo o país. A secretaria era alvo de uma proposta de extinção divulgada pelo ministro Luiz Henrique Mendetta em entrevistas neste início de ano.

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A desistência de extinguir a secretaria ocorreu após reuniões com lideranças de povos indígenas, que fizeram manifestações em todo o país na quinta-feira. Em Santa Catarina, houve manifestações em cidades como Ibirama, onde membros da tribo Laklãnõ Xokleng interditaram a BR-470 durante a manhã, e Palhoça, onde indígenas bloquearam a passagem na BR-101, na região do Morro dos Cavalos.

Entre os acordos definidos e divulgados em nota pelo Ministério da Saúde estão a criação de um grupo de trabalho para discutir a melhoria na assistência à saúde dos indígenas e também a fiscalização dos recursos. Para o líder indígena de José Boiteux, Brasílio Priprá, a decisão tranquilizou as comunidades.

– A secretaria é uma conquista das comunidades indígenas no Brasil. No momento que o governo decide não acabar com isso, tranquiliza todas as comunidades no Brasil. Há coisas a serem investigadas, mas isso é uma coisa de governo, e deve ser feito gradativamente. A secretaria é fruto de uma luta histórica e a comunidade fica contente e entende que deve ser mantida.

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