Quatro meses após o início da polêmica envolvendo multas em semáforos sem temporizador em Itajaí, a Secretaria de Segurança instalou equipamentos com marcação de tempo em cinco pontos da cidade que, até então, tinham os aparelhos antigos. A prefeitura admite que a pressão popular e de vereadores somadas às controvérsias sobre a aplicação de uma lei municipal de 2008 motivaram as mudanças, mas defende que as alterações são um retrocesso em relação às tecnologias mais avançadas para o controle do trânsito.
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::: Aumento de infrações é comum em radares recém instalados, diz especialista
As trocas de semáforos ocorrem no Centro e em mais quatro bairros de Itajaí (confira tabela abaixo), em sinaleiras que foram colocadas depois da vigência da lei que limita o uso de radares nos semáforos. O governo municipal garante que a mudança não traz custos. Isso porque a ordem de serviço foi dada a uma empresa que já tem contrato com a prefeitura e existiam equipamentos de reserva ou que foram deslocados de outros locais.
As sinaleiras sem temporizador e com fiscalização eletrônica, mas instaladas antes da lei, não serão trocadas a princípio. A ideia é analisar primeiro o comportamento dos motoristas onde houve as trocas, atentando para as questões de segurança e fluidez.
Consultor técnico da Secretaria de Segurança e Codetran, William Gervasi diz que, tecnicamente, era contra a substituição por conta do equipamento com temporizador não ser compatível com outras tecnologias usadas atualmente. Para exemplificar, cita o cruzamento da Rua Reinaldo Schmithausen com a Avenida Castelo Branco. No local, precisará ser desinstalado um detector virtual de aproximação que mantém o sinal aberto ou fechado conforme o fluxo de veículos.
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– O semáforo com marcação de tempo não tem a vantagem de otimizar o trânsito, vai criar filas. Resistíamos à troca sabendo do transtorno que isso podia causar – argumenta.
Recursos
Depois do boom de multas em abril e maio, com cada mês registrando mais de 40 mil infrações, o número de irregularidades caiu consideravelmente no período seguinte. De agosto até a metade de outubro, essa estatística se estabilizou, beirando as 10 mil multas mensais – a maioria concentrada nos cruzamentos da Avenida Marcos Konder com a Rua Silva e da Schmithausen com a Castelo Branco.
Presidente da Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari), Nelson Abrão destaca que a tendência é que os recursos de multas em semáforos sem temporizador sejam deferidos, desde que as infrações tenham ocorrido após a lei entrar em vigor. Ele enfatiza, porém, que a decisão não é automática.
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– É necessário que o suposto infrator entre com recurso e detalhe a situação para que a Jari avalie. É bem provável que seja deferido, mas cada caso é um caso e tem que ser analisado especificamente – explica.
Semáforos trocados em Itajaí
Cruzamento da Avenida Marcos Konder com a Rua Silva, no Centro
Cruzamento da Avenida Castelo Branco com a Rua Reinaldo Schmithausen, no bairro Cordeiros
Cruzamento da Rua Luis Lopes Gonzaga com a Rua Manoel Francisco Coelho, no bairro São Vicente
Cruzamento da Rua Pedro Rangel com a Rua José Pereira Liberato, no bairro São João
Cruzamento da Rua Antônio Manoel Moreira com a Rua Agostinho Fernandes Vieira, no bairro Fazenda
Multas em Itajaí*
Janeiro – 14.705
Fevereiro – 11.903
Março – 19.991
Abril – 40.967
Maio – 40.012
Junho – 32.747
Julho – 18.365
Agosto – 10.282
Setembro – 12.629
Outubro (até dia 15) – 7.800
Total – 209.401
*75% das multas são por excesso de velocidade e 25% por avanço de sinal vermelho
Fonte: Secretaria de Segurança de Itajaí
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