A cultura, a arte e a história podem até resistir ao tempo, mas as construções não. Por isso, o Palácio Marcos Konder, que abriga o Museu Histórico de Itajaí, recebe revitalização externa, com lavação e pintura do prédio.
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A obra será concluída em até 10 dias, e depois disso a cor da estrutura terá voltado aos tons terrosos mais próximos do original, substituindo o azul-claro que cobriu a construção nos últimos anos. Quem passa em frente ao museu percebe a transformação da fachada – que já deveria ter sido entregue, mas enfrentou atrasos em razão do tempo.
Os trabalhos começaram em abril, quando a Fundação Genésio Miranda Lins, por meio da direção do museu, solicitou autorização ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural e à Fundação Catarinense de Cultura para a pintura. O pedido foi necessário porque o prédio é tombado como patrimônio histórico e cultural.
Esta é a primeira etapa de um processo mais ambicioso em elaboração pela empresa Ornato, de Florianópolis, que vai fazer o restauro total do local até 2016. A recuperação geral da estrutura foi a exigência dos órgãos responsáveis pelo patrimônio histórico para autorizar a pintura do lado de fora do prédio.
A reforma também inclui melhorias na acessibilidade, com a instalação de elevador para idosos e deficientes físicos, e a ampliação do museu, construindo um anexo ao espaço físico já existente. O custo deve se aproximar dos R$ 2,5 milhões, captados junto a leis de incentivo à cultura e iniciativa privada.
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– Hoje o museu tem cerca de 10,5 mil peças e 45% do prédio é tomado por reservas técnicas, que é onde fica guardado o acervo. Nossa intenção é construir esse anexo para as reservas e fazer do palácio um museu todo expositivo. Queremos liberar mais espaço para as exposições, que hoje não mostram nem 2% do material que temos – explica o diretor do museu histórico, Agê Pinheiro.
Mudança de cor
Para chegar aos tons mais próximos da construção original do palácio, inaugurado em 1925, foi feita uma prospecção, em que arquitetos pesquisaram e analisaram as diversas camadas de tinta aplicadas sobre as paredes ao longo das décadas.
Atualmente qualquer mudança na cor de prédios itajaienses tombados precisa passar pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, que só autoriza quando o objetivo é voltar à pintura inicial.
– A legislação em torno do patrimônio tomou mais fôlego no decorrer dos anos 2000. Antes disso se pintava como queria – diz Pinheiro.
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A arquiteta e membro do Conselho de Patrimônio de Itajaí, Luciana Coelho de Souza Ferreira, também destaca que os restauros têm surgido em maior número há pouco tempo, e que por isso foi possível acompanhar diversos tipos de pintura em prédios tombados.
– Além das cores originais, também são levados em conta o estilo arquitetônico do prédio e os elementos de cada época – observa.