Porto Alegre passou no teste. Às 19h30min desta segunda-feira, ao final da prorrogação de Alemanha 2 x 1 Argélia, a capital do Rio Grande do Sul, que tanto discutiu os benefícios de sediar ou não uma Copa do Mundo nos últimos meses, pôde respirar aliviada. Mesmo com pequenos percalços, a cidade foi capaz de organizar um evento planetário, recebendo milhares de turistas de diferentes países.

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Ao VIVO: jogaço faz torcedores esquecerem do frio na fan fest

Relembre os lances de Alemanha x Argélia

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Confira a tabela completa do Mundial

Desde a primeira partida da competição no Beira-Rio, o 3 a 0 da França sobre Honduras, em 15 de junho, ZH analisou o que funcionou, o que podia melhorar e os problemas na organização dos jogos.

Veja a avaliação, ponto a ponto, do desempenho de Porto Alegre como cidade-sede da Copa.

Segurança

Com o reforço de 1,6 mil policiais vindos do Interior, é possível que Porto Alegre nunca tenha estado tão segura – pelo menos nas áreas mais centrais da cidade. O policiamento em dias de jogos funcionou, e poucos incidentes foram registrados. No maior desafio para as forças de segurança, o jogo entre Nigéria x Argentina, houve um número pequeno de incidentes. As autoridades mudaram a tática de ação para conter uma eventual balbúrdia hermana, aumentando consideravelmente a ação ostensiva de policiais, o que inibiu atitudes de confronto. Nas outras partidas, tudo ocorreu com tranquilidade – nesta segunda-feira, o posto da Polícia Civil no Beira-Rio registrou uma ocorrência de furto e outra de perda de documentos.

Acesso à área restrita

A falta de um brete de acesso à área restrita para torcedores com ingresso que chegavam pela Rua José de Alencar foi um problema no primeiro jogo. A Brigada Militar corrigiu o erro nos jogos seguintes, facilitando a entrada da torcida. Outra mudança no decorrer do período de Copa na Capital – adotada a partir do jogo da Argentina – foi a criação de um ponto de retenção de fluxo antes do brete da Avenida Borges de Medeiros (Caminho do Gol), o principal trajeto utilizado pelos torcedores. Com isso, diminuiu a aglomeração de pessoas naquele ponto, na altura da Rua Barbedo. A medida também foi fundamental para que mais de mil torcedores com ingressos falsos fossem barrados apenas em Nigéria x Argentina.

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Movimento intenso no acesso pela Borges de Medeiros

Foto: Rodrigo Müzell

Entrada e revista

Pela primeira vez, entrar num estádio de futebol exigiu passar por detectores de metais. Ainda assim, foi mais rápido do que a revista em muito Gre-Nal. Em geral, uma hora antes dos jogos formavam-se filas, e a entrada mais conturbada era na Rua A, primeira opção para quem chegasse pela Avenida Cacique, sequência do Caminho do Gol. Ali foi uma das poucas falhas de organização: só no último jogo, nesta segunda-feira, se via voluntários em grande quantidade apontando outras opções de entrada.

Acessibilidade

Na abertura da Copa, o atendimento a pessoa com dificuldades de locomoção estava ainda confuso. Quem comprava ingresso na categoria especial tinha poucas informações de estacionamento, e o serviço oferecido pela prefeitura de um carrinho para percorrer a zona de exclusão tinha poucos veículos. Depois do primeiro jogo, a situação melhorou: mais carrinhos estavam disponíveis e a carona para quem precisava, melhor divulgada. Foi um dos pontos altos do mundial.

Bares e alimentação

Nos dois jogos às 13h (Austrália x Holanda e Nigéria x Argentina), faltaram lanches nos bares do estádio – o problema foi maior em Holanda e Austrália. As filas diminuíram depois da estreia, quando torcedores perderam todo o intervalo tentando comprar bebidas e comida.

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Circulação interna

As grandes filas que se formavam nos bares da arquibancada superior nos intervalos das partidas dificultavam a circulação nos corredores.

Ônibus

As linhas especiais criadas pela prefeitura para trazer torcedores que estacionavam nos estacionamentos oficiais – Jockey Club e PUCRS – funcionaram bem. As linhas que levavam os torcedores do Centro Histórico e do Aeroporto Internacional Salgado Filho também operaram bem.

Gramado

Não foi muito diferente dos outros campos da Copa: o campo em geral mostrou boas condições, mas em alguns pontos apresentava problemas. No Beira-Rio, a pequena área, dos dois lados, terminou o Mundial muito castigada – antes de Alemanha x Argélia, inclusive, tendo de receber um reforço no plantio de grama.

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Hino

Foi o mico da Copa: no primeiro jogo, o sistema de som teve pane a oito minutos do início. Nada de música, nada de anúncios e o pior: nada dos hinos de França e Honduras. O rompimento de um cabo de dados foi o responsável. Depois, funcionou.

Banheiros

Na primeira partida, entre França e Honduras, faltaram coletores de papel em vários banheiros, e a sujeira se acumulou. O problema foi corrigido nos jogos seguintes. Houve filas e alguma sujeira nos intervalos das partidas devido ao grande movimento concentrado, mas no confronto entre Alemanha e Argélia o serviço de manutenção garantiu boas condições de uso mesmo assim.

Voluntários

Apesar de muita boa vontade, boa parte dos voluntários escalados pela Fifa não tinha fluência em uma segunda língua, como inglês e espanhol. Isso dificultou as orientações aos torcedores de outros países. Entretanto, não houve registro de problemas graves, e o trabalho dos orientadores foi muito elogiado pela torcida.

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Voluntários orientam público a entrar no estádio pelo acesso Sul, junto à Rua B

Foto: ZH ESPORTES

Saída

Como em outros jogos, a saída foi tranquila. Porém fica uma lição para a direção do Inter e a EPTC: depois da reforma, os portões do Beira-Rio ficaram muito próximos à Avenida Padre Cacique e há pouco espaço até o início da rua. Por questões de segurança fica a sugestão de liberar pelo menos uma pista da via para a torcida na saída: a aglomeração entre os portões e a cerca colocada pela Fifa é muito grande.

Ponto de intensa movimentação na saída pela Padre Cacique

Foto: Rodrigo Müzell

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