No dia seguinte à ação de fiscalização e notificação pelo Procon da prefeitura por praticarem cobranças abusivas nas praias Mole e Joaquina, em Florianópolis, os proprietários de estacionamentos voltaram a cobrar a média de R$ 20.

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Na quinta-feira, oito estacionamentos foram notificados pela fiscalização, sendo que um deles, na Joaquina, foi flagrado cobrando R$ 100 a diária. Os estabelecimentos são obrigados a apresentar, além do alvará, a tabela de preços que irão praticar até o final da temporada. Por lei, não é permitida a oscilação de preços conforme o movimento.

— Começava cobrando R$ 20 de manhã, se o tempo ficasse bom passava para R$ 30 à tarde. Na praia da Joaquina, diária de R$ 100, mas prometendo desconto conforme o dia e a hora — relata o secretário Municipal de Defesa do Consumidor, Trabalho e Renda, Celso Sandrini, em entrevista à rádio CBN Diário.

Na Praia Mole, as notificações foram feitas pela falta da informação do preço. Nesta sexta-feira, porém, os estacionamentos tinham placas informando o valor, todos eles na casa dos R$ 20. Na Joaquina, o preço médio também era de R$ 20, com exceção do estacionamento da prefeitura gerido por uma terceirizada, que está cobrando R$ 25.

O preço é alvo de reclamação dos turistas, mas, ainda assim, não é o suficiente para que as pessoas deixem de ir à praia ou com outro meio de transporte. A família do músico Murilo Ferraz, por exemplo, veio de Taubaté (SP) e tirou o dia para aproveitar a Praia Mole.

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— Estamos hospedados no Novo Campeche desde o dia 29, hoje viemos conhecer a Mole. Achei o estacionamento caro demais, já vi cobraram até R$ 50 ali na Joaquina. Estamos acostumados com o preço de Ubatuba (litoral norte do SP), que é R$ 12 a diária — comenta o músico de 34 anos.

Assim como gato escaldado tem medo de água fria, manezinho que vai à praia já sabe como as coisas funcionam na temporada. Os amigos Julio Teixeira, de 36 anos, e Paulo Henrique Alves, de 34 anos, contam que se programaram para ir mais cedo à praia, a fim de conseguir uma vaga pública para estacionar o carro.

— Subiu muito o preço né? Durante o ano é R$ 5 ou R$ 10, no máximo. Agora tá em R$ 20, é o preço padrão do verão. Aí a gente vem mais cedo pra tentar pegar uma vaga na rua mesmo, porque não dá pra pagar isso todo dia — comenta Julio.

O turismólogo Ilson Radins, de 29 anos, veio com a família de Ibirama, no interior do Estado, para aproveitar os primeiros dias de 2019. Quando foi à Praia da Joaquina na manhã desta sexta-feira, se assustou com o preço de R$ 25 no estacionamento terceirizado pela prefeitura.

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— Tá bem caro, né? Acho que R$ 10 seria um preço razoável. Lá em Ibirama, em evento grande é no máximo 10. Se não, é sempre de graça — comenta Ilson.

São poucos os funcionários dos estacionamentos que topam conversar com a reportagem. Mais difícil ainda é conversar com os proprietários. Na Praia Mole, entretanto, o funcionário de um estacionamento conversou com a reportagem e questionou as reclamações sobre o preço de R$ 20.

— Aqui, a diária é R$ 20 para 12 horas, com direito a ducha, banheiro e sombra. E lá no Centro ou nos shoppings, que apenas uma hora chega a custar R$ 7? Esse valor não é abusivo? Acho que não têm motivo para reclamar da gente aqui — comenta Mário Cesar Siqueira.

A orientação caso moradores e turistas encontrem preços abusivos é para acionar o Procon de Florianópolis pelo telefone (48) 3131-5300 ou ir diretamente na sede, que fica na Praça XV de Novembro, 312, no Centro.

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