Após morte de taxista, categoria e Polícia Militar firmam pacto de ações por mais segurança

Taxistas e Polícia Militar firmaram um pacto por mais segurança em reunião na manhã deste sábado, após protestos da categoria em decorrência do assassinato de um motorista. Foram estabelecidos três itens principais, que segundo o tenente-coronel da PM e comandante do 4º Batalhão, Araújo Gomes, já começaram a valer.

::: Confira a galeria de fotos do protesto

A Polícia Militar instituiu uma operação chamada Quatro Rodas, que determina períodos prolongados de tempo (em horários alternados do dia) para blitz exclusiva a taxistas. Serão feitas abordagens a todos os táxis que passarem por viaturas durante os períodos pré-determinados. Além disso, ficou acordado um canal secreto de pedido de socorro entre a categoria e os policiais.

Uma comissão para acompanhar o andamento das investigações de roubos passados também foi criada. A ideia é que os motoristas de táxi saibam quantos casos foram solucionados. Isto porque os taxistas desconfiam que os envolvidos no assassinato desta madrugada seriam os mesmos de assaltos passados.

– É uma preocupação com fundamento. Em levantamento feito no ano passado nós mostramos que a maioria dos criminosos que a polícia havia prendido já estava nas ruas, solta – diz Araújo Gomes.

O levantamento a que o comandante se refere foi feito no primeiro semestre de 2013. A PM mostrou que a cada 10 presos, seis haviam sido soltos e dois eram menores e por isso não havia informações no sistema – ou seja, somente dois permaneciam cumprindo a pena.

Taxista é assassinado e categoria se reúne para buscas aos autores do crime

Cerca de 30% dos taxistas de Florianópolis devem parar o trabalho em protesto

Antes da reunião com a Polícia Militar, cerca de 200 taxistas seguiram em carreata até a Vila Aparecida para tentar o reconhecimento dos autores do crime ou que alguém da comunidade os denunciasse. Para evitar que os motoristas tentassem a justiça pelas próprias mãos viaturas da PM escoltaram a comitiva durante todo o percurso.

O taxista assassinado, Robson Tiago Andrade, tinha 30 anos e trabalhava em um ponto de táxi próximo ao Mercado Público, no Centro de Florianópolis. Segundo relato dos colegas, era por volta das 3h quando um casal entrou no carro e solicitou ao motorista que o levasse até a Vila Aparecida.

Quando estavam cruzando a ponte, em direção ao Continente, o assalto foi anunciado e o taxista acabou esfaqueado. Ele chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no início desta manhã.

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. Até o fim da manhã deste sábado os suspeitos não haviam sido identificados.//