Após morte de aluna da UFSC, ciclistas protestam por paz no trânsito na Capital

Ciclistas das associações Bike Anjo Floripa e ViaCiclo (Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis) e estudantes realizaram protesto na manhã desta quinta-feira em Florianópolis. A morte da estudante Lylyan Karlinski Gomes, que pedalava próximo à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos estopins do movimento. A ciclista morreu na segunda-feira, dia 1º, atropelada por um ônibus. O local do acidente fica próximo à rótula da Praça Santos Dumont, no bairro Trindade. Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de 150 pessoas participam do ato.

:: Veja galeria de fotos do protesto na Capital

Por volta das 8h20min, os manifestantes fecharam a rótula da UFSC. Ciclistas circularam de bicicleta pelo local, enquanto estudantes caminhavam com flores brancas e cartazes. O movimento foi silencioso e o que se ouviu no local foi apenas o som das campanhias das bicicletas.

Ciclistas e estudantes largaram as bicicletas, deram as mãos e fizeram um minuto de silêncio em homenagem à estudante.

Foto: Gabrielle Bittelbrun/Agência RBS

Por volta das 8h45min, o trânsito de veículos no local foi liberado e os estudantes e ciclistas ficaram no canteiro central.

A bicicleta fantasma, pintada de branco, foi pendurada em um poste do canteiro da rótula. O objeto – de ação da ViaciClo – é como um memorial a um ciclista, para se tornar um protesto permanente. Além disseo, também representa a violência no trânsito de um modo geral. Esta será a sétima bicicleta pendurada na cidade.

Foto: Gabrielle Bittelbrun/Agência RBS

Por volta das 9h20min, os manifestantes fecharam novamente a rótula e circularam por ela de bicicleta. Nem todos os motoristas que passam pelo local apoiaram o protesto.

Após o fechamento de cerca de 20 minutos, o trânsito de veículos foi liberado às 9h45min. Depois do protesto na rótula, estudantes e ciclistas seguiram para a retoria da UFSC. Os organizadores pedem ainda punição ao motorista envolvido no acidente.

– A intenção é chamar a atenção. A sociedade precisa participar porque isso não foi acidente – disse Daniel Costa, presidente da ViaCiclo.

O inquérito para a investigação do acidente da estudante Lylyan foi instaurado na terça-feira, dia 2, pelo delegado Otávio César Lima, da 5ª Delegacia de Polícia.

A jovem estudava Oceanografia e estava indo de bicicleta para o campus de Florianópolis por volta das 8h20min de segunda-feira quando foi ocorreu o acidente com o ônibus – o local não tem ciclovia nem ciclofaixa.

O que é a bicicleta fantasma

A bicicleta é pintada de branco e pendurada, como um memorial a um ciclista e um protesto permanente. Mas o presidente da ViaCiclo – que promove a ação em Florianópolis -, Daniel de Araújo Costa, complementa que a bicicleta fantasma representa também a violência no trânsito de um modo geral e é um pedido constante pelo bom senso e respeito nas vias das cidades. A iniciativa, adotada em vários países, teve início nos Estados Unidos, em 2003.

Leia mais:

::: Acidente expõe fragilidade do sistema cicloviário de Florianópolis