Violentas explosões foram ouvidas na noite de quarta-feira em torno do prédio de Toulouse onde a polícia cerca, há mais de 24 horas, o autor do massacre em uma escola judaica da cidade. As detonações seriam, segundo um especialista, uma estratégia usada pela polícia, com a ajuda de explosivos incapacitantes e ensurdecedores.

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Dois oficiais ligados à operação revelaram que “agora estamos aumentando a pressão para que se entregue”. Por volta da meia-noite, foram ouvidas três violentas explosões, imediatamente após um holofote iluminar a fachada do prédio, mas não ocorreram tiros. Uma nova explosão, precedida de dois disparos, aconteceu pouco antes das 2h (horário local) desta quinta-feira, constatou a AFP.

Mohamed Merah está cercado pela polícia há muitas horas e as autoridades tratam de capturá-lo vivo, segundo o ministro francês do interior, Claude Guéant. No entanto, desde a noite de quarta-feira, Merah não entra em contato com os negociadores. Segundo Guéant, ele teria dito que “morreria com as armas nas mãos.

– Nossa principal preocupação é detê-lo em condições que possamos apresentá-lo à justiça – disse o ministro, que também destacou a necessidade do “bom funcionamento da justiça”.

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O promotor de Paris encarregado do caso, François Molins, revelou que a unidade de elite da polícia fez na quarta-feira “várias tentativas para entrar” no apartamento onde está o atirador, e foi recebida a bala. As autoridades apagaram a iluminação pública em todo bairro a partir das 21h (horário local). Segundo Guéant, “é preciso trabalhar sobre as conexões que ele deve ter com outros” terroristas.

– É uma pessoa que está ligada à gente que se reivindica como salafista e jihadista. Diz ser um mujahedine (combatente de Deus), pertencer à Al-Qaeda e que quer vingar as crianças palestinas e castigar as forças armadas da França por suas intervenções no estrangeiro – disse Guéant.

Merah assumiu, em nome da Al-Qaeda, os três ataques que deixaram sete mortos entre os dias 11 e 19 de março, incluindo um rabino e três crianças na escola hebraica em Toulouse. Segundo o ministro Guéant, o atirador se recusou a praticar um atentado suicida para a Al-Qaeda, mas aceitou “uma missão geral” para atentados na França.

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– Ele explicou a forma como recebeu instruções da Al-Qaeda durante sua viagem ao Paquistão, chegando a ter uma proposta para provocar um atentado suicida. Ele recusou, mas aceitou uma missão geral para cometer um atentado na França – declarou o ministro.

Guéant confirmou que Merah “não apresenta uma tendência ao suicídio” e “que, pelo contrário, fez durante o dia reflexões que levam a crer que quer viver, já que tomou a precaução de que, caso saia, e embora tenha matado crianças, sua vida seja garantida”.

– Nunca manifestou arrependimento, parece ser particularmente duro – declarou Gueant.

Segundo uma fonte ligada ao caso, no início das negociações, o suspeito aceitou jogar sua pistola Colt .45 pela janela em troca “de um aparelho que permitisse a ele se comunicar com o exterior”.

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