Quem passa ou conversa com os comerciantes da principal rua do bairro Jardim Paraíso, na zona Norte de Joinville, percebe que há algo diferente no ar. Várias lojas estão fechadas e outras têm laços pretos nas portas, em sinal de luto pela morte do comerciante José Francisco Militão Pacheco, dono de uma padaria na avenida Júpiter. Militão, como era conhecido, foi morto a tiros durante um assalto, no final da tarde da última quarta-feira.
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– O Militão foi um líder comunitário e deixou uma lição muito importante para a comunidade onde ele participava ativamente. A morte dele não pode ser de graça – disse o padre Ivan Macieski, que conhecia a família e tem conversado com os moradores e comerciantes da região.
Militão foi assassinado dentro da própria padaria onde trabalhava. Dois homens armados invadiram o local e anunciaram um assalto. Ele não estava no balcão, mas chegou logo em seguida e se assustou com a cena. Os ladrões, então, dispararam vários tiros. Um deles acertou o peito do comerciante, que morreu na hora. Os bandidos fugiram e ainda não foram identificados nem presos.
Um dos comerciantes ouvidos pela reportagem disse que a atuação de facções criminosas no bairro tem sido a de promover furtos, roubos e assaltos à mão armada. A panificadora já tinha sido assaltada pelo menos outras três vezes. O dono de uma lanchonete, na mesma avenida, também já teve seu estabelecimento arrombado durante a madrugada duas vezes só este ano.
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– A gente sabe que essa rapaziada quer dinheiro fácil e rápido. O problema que é estão armados e dispostos a tudo. O inocente que estiver pela frente morre – diz. A família de Militão preferiu não conversar com a imprensa.
A Polícia Militar mudou a atuação nos últimos anos no bairro. Em vez de uma viatura percorrendo as ruas principais e outra na base, agora a PM tem a presença de uma viatura do Policiamento Tático, 24 horas por dia.
Pelo menos outros dois latrocínios chamaram a atenção este ano em Joinville. No começo de julho, o aposentado Oscar Schmucker, de 72 anos, foi encontrado morto com os pés e as mãos amarradas. Os ladrões levaram uma motossera e a carteira dele.
Em março, dois homens renderam quatro pessoas de duas famílias na rua Monsenhor Gercino, na zona Sul de Joinville. Mário José da Rosa, de 54 anos, foi morto com um tiro pelos ladrões, que levaram o carro dele, celulares e R$ 3 mil em dinheiro. Há pelo menos outros cinco casos que a polícia trabalha com a hipótese de latrocínio.
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