O grupo com 20 indígenas venezuelanos que chegou em Florianópolis na segunda-feira (23) retornou para Itajaí, no Litoral, nesta terça-feira (24) à tarde. A prefeitura de Itajaí buscou os imigrantes e levou eles para a cidade em vans, como forma de resolver o atrito que houve entre os municípios por conta da situação dos estrangeiros.
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Os venezuelanos chegaram no Terminal Rita Maria, em Florianópolis, no fim da tarde desta segunda-feira. Eram cinco adultos e 15 crianças da tribo Warao que não sabiam falar português. A prefeitura da Capital teria recebido denúncias de que o grupo havia sido "despachado" de Itajaí. A prefeitura acolheu o grupo e deu atendimento a todos na Passarela da Cidadania, onde eles passaram a noite e receberam comida e cuidados. O prefeito Gean Loureiro disse também que iria acionar o Ministério Público para buscar uma solução jurídica para o caso.
Já na manhã desta terça-feira a prefeitura de Itajaí divulgou que não tinha nenhuma intenção de transferir os indígenas para outra cidade, e por isso iria providenciar o retorno de todos para Itajaí. Por volta das 15h o grupo foi trazido para Itajaí em vans da prefeitura.
O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, esteve pessoalmente em Florianópolis acompanhando o caso e disse que pediu desculpas ao prefeito Gean Loureiro pelo "eventual equívoco" e também "pediu perdão" às famílias estrangeiras:
— Vim convidar essas quatro famílias que merecem todo o nosso acolhimento para que retornem, tem ceia de Natal preparada para eles e vamos fazer todos os trâmites com a Polícia Federal para dar apoio, encontrar moradia provisória para eles. É sempre bom apurar verdadeiramente para saber as razões, para que não se repita o que aconteceu. É um caso que é uma lição para nós — disse Morastoni à NSC TV.
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Os venezuelanos chegaram em Itajaí por volta das 16h20min e foram levados ao abrigo do Centro POP do município. Em Florianópolis, a prefeitura disse que seguirá acompanhando o caso e que o desejo do grupo era ficar em Itajaí:
— Pelo o que apuramos eram 15 crianças com os adultos, todos falavam um pouco do idioma indígena e um pouco de espanhol, a comunicação ontem (segunda-feira), foi difícil, fomos tentando. Descobrimos que alguns deles saíram do país faz cinco anos, outros quatro, outros dois anos, e vieram seguindo por várias cidades do Brasil. No momento eles não têm um lugar para se fixar, eles queriam ficar em Itajaí mas alegam que foram forçados a sair — disse o diretor de proteção social da prefeitura de Florianópolis, Sandro Azevedo.
*Com informações das repórteres Mayara Vieira e Patrícia Silveira, da NSC TV