Reabriu nesta terça-feira o Pronto Atendimento (PA) fechado por falta de todos os servidores, na Praia da Pinheira, em Palhoça, na Grande Florianópolis. O idoso que sofreu infarto em frente à porta fechada do posto, segunda-feira, segue no hospital, em estado grave.
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A falta de atendimento ao aposentado Pedro Martins, 77 anos, segunda-feira, tornou público um problema grave – e já antigo – da unidade de Pronto Atendimento da Praia da Pinheira: não foi a primeira vez que o local permaneceu com as portas fechadas durante um dia inteiro, sem ninguém para atender a população do Sul de Palhoça.
Também no domingo e por outros seis dias, no fim de abril, aconteceu a mesma coisa, incluindo dois dias do feriadão de Páscoa. Em alguns dias úteis, o atendimento chegou a encerrar junto com a jornada do Programa de Saúde da Família (PSF), às 17h, quatro horas antes do normal.
O motivo é sempre o mesmo: a falta de um médico no plantão.
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– Se não fosse pelo incidente com este senhor, isso ia passar batido – lamenta o socorrista do PA, Sérgio da Silva, 50 anos.
Pedro ficou sem atendimento na tarde de segunda, após chegar ao local com fortes dores no peito e encontrar as portas do PA trancadas a chave. Em desespero, teve que esperar, por cerca de duas horas, até a chegada de um helicóptero.
O idoso sofreu infarto e parada respiratória e segue internado em estado grave na UTI do Hospital Universitário.
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Sábado, às 9h, a comunidade da Pinheira pretende protestar em frente ao salão paroquial, por melhores condições de trabalho no PA e atendimento 24h.
Coordenação liberou servidores
Segundo os funcionários do PA, os problemas começaram quando um dos médicos deixou de atender, em 20 de abril. Os outros dois profissionais continuaram na antiga escala: plantões de 10 dias. O terceiro plantão ficou sem médico.
A equipe passou, então, a fechar as portas do PA, o que teria sido orientado pela coordenação. Em 23 de fevereiro, o diretor assinou um documento que liberava os servidores em dias sem plantão do médico. “Quando a ausência ocorrer em plantões em sábados, domingos e feriados, a unidade será fechada, literalmente”, dizia o documento, mostrado à reportagem do jornal Hora de Santa Catarina.
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Contraponto
O ex-coordenador do PA, Ari Carvalho, exonerado na segunda-feira por causa do incidente com o idoso, disse que cansou de alertar a prefeitura quanto à falta de médico na equipe. De acordo com ele, os dois médicos que permanecem no quadro não tinham disponibilidade de acrescentar cinco plantões extras às suas escalas.
– Mesmo que eu pedisse para a equipe ficar, eles não ficariam – disse.