Após estragos provocados por temporais, chuva deve retornar a SC na próxima semana

A chuva forte que caiu praticamente em todo o Estado na madrugada desta quinta-feira dará trégua nos próximos dias. O sol estará presente nos próximos cinco dias, quando voltará a chover. A Defesa Civil ainda não sabe o volume de chuva que poderá vir.

A curta estiagem servirá para que dezenas de cidades que foram atingidas, com registros de deslizamentos, quedas de árvores, alagamentos e transbordamento de rio, possam recuperar as perdas. Cinco municípios estão em situações de emergência desde o começo de março e Brusque, no Vale do Itajaí, pode decretar ainda nesta semana.

Segundo o diretor de Resposta a Desastres da Defesa Civil Estadual, Aldo Batista Neto, Santa Catarina vem sofrendo com a instabilidade climática desde o dia 8 deste mês. A última mudança começou com uma massa de ar frio vinda da Argentina e Rio Grande do Sul. Toda a Defesa Civil Estadual estava nas ruas junto com os órgãos municipais das cidades mais atingidas. O Vale do Itajaí e a Grande Florianópolis tiveram mais ocorrências.

Na Grande Florianópolis, a cidade mais atingida foi Santo Amaro da Imperatriz. Seis pessoas ficaram desalojadas numa localidade rural de Vargem dos Pinheiros. A avenida Beira-Rio foi invadida pelas águas e ficou fechada durante toda a manhã. O rio também transbordou próximo a Caldas da Imperatriz e o trânsito foi transferido pela BR-282.

Já nas outras cidades da região, não teve tantos registros. Houve um deslizamento na SC-407, em São Pedro de Alcântara. Em São José, um rio chegou a transbordar em Colônia Santana após a queda de uma barreira no curso d’água, mas não atingiu nenhuma casa. Algumas ruas de Campinas tiveram ocorrências de alagamento, que desapareceu quando a maré começou a baixar.

Em Florianópolis, houve uma queda de árvore no bairro Monte Verde. A Via Expressa Sul também amanheceu com bolsões de água nas áreas mais baixas. Na Beira-Mar Norte, perto da Ponte Hercílio Luz, uma das pistas ficou alagada.

Pelo excesso de chuva, o Vale do Itajaí também foi bastante prejudicado. Em Brusque, a Estrada Geral da Limeira ficou trancada após o deslizamento de uma barreira. A Defesa Civil do município atendeu nesta madrugada 22 ocorrências de alagamentos de rua, deslizamentos sobre casas e um desalojamento no bairro Souza Cruz.

Mas a principal preocupação foi com o rio Itajaí-Mirim, que chegou 5,63 metros, quando a calha suporta apenas 1. O rio transbordou e a Avenida Beira-Rio, que serve como contenção, ficou totalmente alagada. Segundo o diretor geral da Defesa Civil de Brusque, Evandro de Mello do Amaral, foram registradas nas últimas 48h 130 mm de chuva, com picos de 150 e 160 mm em alguns pontos. Superando o esperado para todo o mês de março.

-É muita chuva-, confirma o diretor geral.

Em Blumenau, o alerta é para as condições do ribeirão do bairro Garcia, que já havia atingido pelo menos 10 casas. Ninguém precisou sair do local. Segundo o diretor da Defesa Civil do município, Telmo Duarte, foram registradas algumas ocorrências de deslizamento, mas nada muito grave. Em apenas um caso, uma família decidiu deixar a residência.

Em outras regiões

Como a chuva esteve presente em praticamente todo o Estado, foram registradas ocorrências em diversas outras regiões. Houve uma queda de barreira por volta das 5h50 na BR-116, km 108,5, na Serra do Espigão, Monte Castelo, Norte do Estado. A rodovia foi totalmente interditada e sem previsão de liberação por causa do risco de novos deslizamentos. Um caminhão bitrem que levava pinus foi atingido.

A Defesa Civil de Balneário Camboriú emitiu um alerta na quarta-feira à noite. Três casas da Rua Panamá, no bairro Nações, foram interditadas.

Em Chapecó, Lages e Joinville não houve registros de grandes danos por causa da chuva.

Médias das chuva feitas pela Epagri/Ciram

Região / Cidades/ Chuva 24h (mm)/ Chuva 48h (mm)/ Chuva 72h (mm)

Grande Florianópolis

São José 82,2 – 97,6 – 104,4

Florianópolis 51,0 – 69,8 – 77,8

Rancho Queimado 152,19 – 168,4 – 174,6

Antônio Carlos – 103,0 – 119,8 – 122,2

Santo Amaro da Imperatriz – 114,8 – 134,6 – 136,4

Litoral Norte e Médio Vale

Camboriú 68,8 – 105,2 – 108,4

Itajaí – 43,6 – 72,2 – 73,0

Massaranduba 40,8 – 55,8 – 59,8

Indaial 18,2 – 31,2 – 32,2

Jaraguá do Sul 15,6 – 31,4 – 38,2

Itapoá 46,4 – 75,6 – 90,4

Joinville 4,8 – 31,4 – 63,0

Luiz Alves 126,6 – 168,6 – 173,8

Blumenau 48,2 – 64,0 – 64,8

Brusque 96,0 – 118,8 – 119,0

Alto Vale do Itajaí

Lontras 27,0 – 30,2 -30,2

Taió 35,2 – 41,8 – 43,6

Aurora 20,6 – 22,3 – 22,6

Rio do Campo 54,4 – 59,4 – 60,4

Ituporanga 26,4 – 27,8 – 27,8

Litoral Sul

Urussanga 17,2 – 21,2 – 24,8

Turvo 22,0 – 30,2 – 32,6

Laguna 26,8 – 30,8 – 45,4

Jacinto Machado 36,0 – 38,8 – 62,2

Criciúma 21,6 – 26,0 – 26,4

Timbé do Sul 51,8 – 63,0 – 80,0

Araranguá 18,0 – 23,8 – 26,6

Meio Oeste e Vale do Rio do Peixe

Joaçaba 21,0 – 34,6 – 34,8

Campos Novos 25,4 – 31,7 – 31,7

Água Doce 20,4 – 24,5 – 24,5

Lebon Régis 23,4 – 24,8 – 24,8

Curitibanos 33,4 – 34,0 – 34,0

Oeste

Novo Horizonte 10,6 – 21,4 – 23,0

Xanxerê 39,2 51,4 – 51,4

Planalto Norte

Itaiópolis 12,6 – 13,2 -13,4

Canoinhas 26,4 – 44,2 – 44,6

Porto União 20,0 – 27,4 – 27,6

Corupá 13,0 – 32,2 – 48,4

Planalto Sul

São Joaquim 37,3 – 37,3 – 37,6

Urupema 62,6 – 68,8 – 69,0

Bom Jardim da Serra (Morro da Igreja) 57,2 – 69,6 – 81,2