Os questionamentos levantados pelo escândalo do monitoramento massivo de dados do programa Prism abalaram pela primeira vez desde que foi reeleito a confiança dos americanos no presidente Barack Obama.
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Pela primeira vez desde que assumiu o cargo, 50% dos americanos não acreditam que Barack Obama é “honesto e digno de confiança”, segundo a pesquisa da ORC International para a rede CNN divulgada ontem.
A aprovação do governo caiu oito pontos, o menor nível desde novembro de 2011. Paralelamente, 54% das pessoas entrevistadas criticam a política do presidente, nove pontos a mais que em maio.
– A queda do nível de confiança em Obama é alimentada por uma espetacular queda de 17 pontos de seu apoio entre os menores de 30 anos, que estavam, ao lado dos afro-americanos, entre os seguidores mais leais do presidente – explicou Keating Holland, diretor de pesquisas da CNN.
Segundo Holland, “é claro que as revelações sobre os programas da NSA danificaram a imagem de Obama com o público, ainda que controvérsias mais antigas também tiveram influência”.
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O governo enfrenta há várias semanas uma série de polêmicas, a última delas relacionada com os amplos programas de vigilância desenvolvidos pelos serviços de inteligência como parte da luta antiterrorista. A pesquisa foi realizada entre 11 e 13 de junho, após as denúncias feitas pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden, escondido em Hong Kong. Em maio, a tempestade política já havia explodido com a notícia sobre o tratamento rígido da Receita americana aos movimentos relacionados com o setor mais conservador do Partido Republicano, o Tea Party.
A polêmica foi seguida por outras, uma delas vinculada à atitude do governo sobre o ataque ao consulado americano na cidade líbia de Benghazi e a segunda a revelação de uma série de escutas da agência de notícias Associated Press (AP).
Ontem, Snowden participou de um chat com leitores do jornal britânico The Guardian – que ao lado do Wasingnton Post revelou a existência do programa Prism – dizendo que o governo americano não poderá impedir suas revelações sobre os programas secretos de espionagem eletrônica.
Autoridades americanas condenaram o vazamento dos programas secretos e iniciaram uma investigação, mas até agora não solicitaram formalmente a extradição de Snowden a Hong Kong.
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