A família de Cristiana Cunha, de 33 anos, assim como as de outros moradores de Araquari, sofreu com a escassez de água nos meses de dezembro e janeiro. Mesmo sem água nas torneiras, com os cinco filhos passando parte das férias na praia e trabalhando o dia inteiro fora de casa, a fatura retroativa ao mês de janeiro foi de R$ 393.
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Para a moradora do bairro Itinga que costuma pagar algo em torno de R$ 60 ao mês foi um tremendo susto. A mulher procurou a Casan _ empresa responsável pelo abastecimento _ para questionar o valor alto sendo que o líquido nem chegou à casa dela. Por enquanto, ela não obteve resposta.
Andressa Claudino, de 19 anos, que é cunhada de Cristiana e mora no bairro Itaum, em Joinville, foi quem ajudou a família durante o período de escassez. Ofereceu o chuveiro para que a família tomasse banho e ajudou a lavar roupas. Os filhos da moradora contaram que também tiveram apoio de uma vizinha, onde a água chegava com mais frequência.
– Chegamos a tomar banho de caneca – contou a filha mais velha de 14 anos.
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Marcelo Gonçalves, de 42 anos, que é vizinho de Cristiana e passou pelo mesmo problema dos demais moradores da rua Elea Pintareli, decidiu tomar uma atitude. Ele, que pagou R$ 198 pelo mês de janeiro, quando costuma pagar entre R$ 50 e R$ 70, levou o problema ao conhecimento da Prefeitura, da Câmara de Vereadores e da Casan. Uma carta explicando a situação foi protocolada nos órgãos públicos e na empresa responsável.
– Eu consegui ir até lá reclamar. Mas quantos que passam o dia inteiro trabalhando e não podem buscar os seus direitos?
Solidário aos vizinhos, Marcelo fez a reclamação em nome dos demais. Além de pedir para que as faturas sejam revistas, ele solicita melhorias no abastecimento de água em Araquari.
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A água retornou às torneiras na quinta-feira da semana passada. Porém, os moradores afirmam que a pressão ainda é fraca e dificulta o abastecimento da caixa d’água.
Contraponto
De acordo com o superintendente regional da Casan, César Luis Cunha, os usuários que tiveram problema com a fatura devem procurar o escritório da empresa no Centro de Araquari e registrar a reclamação. Os casos serão avaliados individualmente. A empresa está verificando se ocorreu algum problema.
Em princípio, conforme César Luis, se há registro é porque houve consumo. Não está descartada a possibilidade de vazamento. Os técnicos também encontraram casos em que moradores deixaram as torneiras abertas em função da falta d’água e, por consequência, houve consumo despercebido durante à noite.
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